Soldados argentinos em missão de apoio ao esforço do país contra a Covid-19

As novas medidas preventivas anunciadas pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, em resposta à segunda onda de aumento de infecções de Covid, provocaram uma descompensada reação de Bolsonaro.

“O Exército Argentino nas ruas para manter as pessoas em casa. Toque de recolher entre 20h e 8h ”, tuitou o presidente, quando, na realidade, o horário de restrição à circulação se encerra às 6h e a função que o Exército argentino exerce durante a pandemia é, como destacou o minisrto da Defesa Agustín Rossi, “somente a prevenção sanitária”.

Fernández pediu a Bolsonaro que lesse a Constituição da Argentina e esclareceu: “É preciso explicar um pouco como funciona a Constituição: na Argentina não há toque de recolher, na Argentina as Forças Armadas não fazem a segurança interna, mas dão apoio à população em situações catastróficas”. O presidente agentino acrescentou que não está previsto patrulhamento das ruas do país pelo Exército.

A decisão de Fernández de reforçar as restrições diante da situação agora enfrentada: o registro de casos durante a segunda onda chegou a 27 mil nesta semana, deve ter incomodado muito a Bolsonaro, uma vez que este, desde o início nega a pandemia, não consegue comandar o mínimo de centralização nacional no controle do vírus, seja mediante a vacinação, nas medidas preventivas e ainda acha de boicotar as iniciativas dos governadores dos Estados brasileiros diante da sua inação diante do coronavírus.

Já o presidente argentino, cujas medidas provocaram o incômodo, optou – desde o início de seu governo – por quarentenas e pacotes preventivos, como o que anunciou na quarta-feira (14) à noite em pronunciamento à nação.

Diante do recrudescimento da doença, ele suspendeu a circulação de pessoas entre 20h e 6h em Buenos Aires e nos 40 municípios que rodeiam a capital argentina. Atividades recreativas, culturais e religiosas em lugares fechados estão proibidas.

O ministro da Defesa, Agustín Rossi, confirmou que as Forças Armadas argentinas não realizam segurança interna e que vêm cumprindo a tarefa, como orienta a Constituição do país, que é de atuar no combate à Covid-19. “Somente a prevenção sanitária, durante o dia, atendendo desarmados, como em todas as ações que realizamos durante a pandemia”, assinalou.