Fenapef repudia Paulo Guedes por ataque aos servidores públicos

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), presidida por Luís Antônio Boudens,
repudiou “veementemente” nesta segunda-feira (18) a fala do ministro Paulo Guedes sobre os
servidores públicos. “O ministro da Economia comparou os servidores públicos a ‘assaltantes’
e disse que não irá pagar mais para que policiais ‘exerçam sua função’. Além disso, insinuou
que os servidores públicos estão saqueando o País, fazendo exploração política e ‘subindo em
cadáveres para fazer palanque’”, disse a entidade em nota.
Paulo Guedes agrediu a honra de todos os servidores públicos na última sexta-feira (15), ao
falar sobre reajustes salariais ao funcionalismo público. O ministro pediu para que os
servidores não assaltassem os cofres públicos. “É inaceitável que tentem saquear o gigante
que está no chão, que usem a desculpa para saquear o Brasil”, afirmou Guedes.
Os policiais afirmaram que quem sobe em cadáveres é quem “se furta à responsabilidade de
enfrentar a grave pandemia que nos atinge, jogando nas costas de quem está na linha de
frente a responsabilidade por soluções que os gabinetes refrigerados não encontram”. A
postura de Guedes como ministro de Estado também foi alvo de críticas. “De um comandante,
espera-se serenidade para enfrentar os problemas, não agressões repetidas. Já fomos
chamados de parasitas. Agora, de assaltantes e saqueadores. Não aceitamos os adjetivos”,
continuou a entidade.
Segundo a entidade, ataques à honra, à credibilidade e à dignidade dos servidores públicos
não resolverão o problema de caixa do Governo Federal. “É uma solução fácil, mas indigna,
vinda de alguém de quem a sociedade espera atitude de chefe de uma das Pastas mais
importantes da Esplanada. Os brasileiros querem uma saída e não ataques gratuitos”, seguiu o
comunicado.
Os policiais também reafirmaram que diariamente enfrentam bandidos e disseram recusar
comparações a eles. “A Fenapef apela pelo fim das agressões à categoria em nome do
mercado financeiro e aguarda uma postura de gestor público, que reconhece a importância e
mantém o respeito por todos que compõem sua equipe, os servidores públicos de todo o
Brasil”, finalizou a nota.