FBI mantém investigação de 160 envolvidos no golpe de Trump
O FBI investiga ao menos 160 casos ligados ao golpe que se configurou na invasão do Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do presidente Donald Trump, divulgaram autoridades na terça-feira (12)
O chefe da polícia federal norte-americana em Washington, Steven D’Antuono, informou que o órgão detectou várias ameaças nos dias que antecederam à invasão do Congresso, no dia 6 de janeiro, e que elas foram compartilhadas com todos os parceiros da força tarefa que diz combater o terrorismo. Dessa forma, o FBI chega a admitir que sabia dos riscos de arruaças com antecedência e que, além de avisar outros órgãos de segurança, não tomou providencias para evitar a tentativa de golpe.
Agora, mencionam terem descoberto planos para cometer uma quantidade “alucinante” de crimes, que vão de simples invasão e roubo de correspondência a homicídio doloso e conspiração para a sedição.
D’Antuono disse, na entrevista coletiva, que o FBI recebeu mais de 100 mil fotos e vídeos com provas sobre a identidade dos invasores.
Eles assinalam que estão rastreando pessoas em todo o país e prontos para prender centenas, ou mesmo milhares de pessoas. “Se você esteve no Capitólio, os agentes vão bater à sua porta”, disse Antuono, dirigindo-se aos golpistas. “Essa é sua chance de se apresentar”, alerta.
Segundo o FBI, pessoas estão sendo presas muitas delas acusadas de crimes como motim, insubordinação e conspiração, que podem render até 20 anos de cadeia.
O promotor público federal do Distrito de Colúmbia, onde fica Washington, Michael Sherwin, também participou da coletiva e disse que muitos envolvidos serão processados. Ele afirmou que já há 70 casos em andamento.
Declarou ainda esperar que esse número aumente rapidamente, e enfatizou que essa é “só a ponta do iceberg”.
Momentos antes do golpe, em que seguidores de Trump invadiram, na semana passada, a sede do Congresso americano durante a contagem dos votos do Colégio Eleitoral nas eleições presidenciais de novembro, que deram vitória ao democrata Joe Biden, o derrotado que repete que teve a eleição “roubada” sem apresentar provas para tal, disse que marcharia junto com o bando – por isso é amplamente acusado pela crime de “incitação à violência”, como afirma a resolução de impeachment aprovada na quarta-feira, o que pode levá-lo a ter negada a possibilidade de uma nova candidatura.
Em uma das agressões mais fortes registradas pelos fotógrafos, vê-se uma réplica de uma forca levada por trumpistas à frente do Capitólio. Pouco depois a horda invadiu os salões do Congresso aos brados: “Enforquem Pence”. A histeria se deu porque o vice-presidente negou-se a atender o pedido de Trump que queria que Pence, na qualidade de presidente da seção bicameral, sabotasse a homologação da vitória de Joe Biden.