Faturamento da indústria de máquinas recuou 5,2% em julho
O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos caiu 5,2% em julho em relação ao mesmo mês do ano anterior – mesmo período em que o parque industrial instalado do setor operou com ociosidade altíssima, de 26,1%. Os dados são da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entidade que congrega o setor de bens de capitais e foram divulgadas na terça-feira (27) em coletiva de imprensa.
Com o mercado interno arrasado pela crise e piorando sistematicamente em 2019, a Abimaq concluiu que a queda em julho teve principal contribuição as vendas internas: sobre o mesmo mês de 2018, o mercado interno caiu absurdos 17,2%.
Neste período, no Brasil, o desemprego e o subemprego cresceram, a demanda caiu e os investimentos foram para o ralo, inclusive os públicos, por conta da opção por uma política econômica de arrocho do atual governo.
A avaliação do presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan, é que sem geração de renda, não tem como destravar o crescimento.
“Precisamos fazer com que a indústria volte a crescer, principalmente a indústria de bens de capital – hoje, o salário de um empregado da indústria de bens de capital está 86% maior do que a média nacional, o que gera renda, e precisamos de emprego no país para destravar o crescimento”, afirmou.
A queda só não foi maior porque as vendas para o Paraguai e Holanda tiveram resultados significativos. Para as exportações, a indústria de máquinas e equipamentos vem perdendo mercado na Argentina que, em crise, vive um dos momentos mais dramáticos dos últimos anos.
Neste contexto, as perspectivas do setor se tornaram menos positivas do que o previsto no início do ano, quando esperavam crescimento de 5% do setor. Agora, segundo a economista Maria Cristina Zanella, o número deve ficar em torno de 3% dado o cenário de arraso na capacidade instalada do setor.
“Houve um desmonte grande da capacidade instalada nos anos recentes”, afirmou a economista gerente de Economia e Estatística da Abimaq. Ela estima que, de 2013 para cá, o parque industrial foi reduzido em torno de 30%.