A farmacêutica brasileira União Química finalizou, nesta quinta-feira, 20, a produção, em território nacional, de seu primeiro lote da vacina contra coronavírus Sputnik V com ingredientes ativos e tecnologia fornecidos pelo Centro Gamaleya, da Rússia.

O Instituto Gamaleya de Moscou, que desenvolveu a vacina, disse que se encarregou do controle de qualidade dos ingredientes do imunizante, que foi envasado na unidade da União Química da cidade de Guarulhos, em São Paulo.

Como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não aprovou o uso da Sputnik V no Brasil, as doses desse primeiro lote vão ser destinadas para exportação aos países da América Latina. A vacina russa já foi aprovada para uso em 66 países.

O primeiro lote, com 100 mil doses, produzido no Brasil foi armazenado em caixas com rótulos em espanhol, mas os países de destino ainda não foram escolhidos pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), disseram executivos.

Fernando Marques, presidente da Neo Química, disse que a farmacêutica poderá produzir 8 milhões de doses por mês quando a Anvisa aprovar seu uso no Brasil. Ele espera que a aprovação saia em junho, quando também, o laboratório começará a produzir o ingrediente ativo no país, ao invés de importá-lo da Rússia.

No final de abril, a Anvisa rejeitou a aprovação dos pedidos de autorização excepcional e temporária para importação e distribuição da vacina russa. Depois disso, o estado do Maranhão enviou ofícios à agência solicitando informações complementares e comunicando a existência de documentação comprobatória dos requisitos técnicos de eficácia, qualidade e segurança da vacina em análise.

No entanto, segundo o governo maranhense, a agência não lhe deu satisfações. Por isso, pediu novamente ao STF que ela fosse instada a decidir, desta vez em sete dias, seus questionamentos.

“Foi encaminhado pela Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão o Ofício em anexo, enviado e com resposta de recebimento em 29 de abril de 2021, a fim de serem disponibilizados, com urgência, todos os relatórios técnicos, em seu inteiro teor, que embasaram a decisão denegatória da Diretoria Colegiada. Contudo, até a presente data, não houve resposta da ANVISA a respeito de tal pleito de acesso aos autos do processo administrativo, o que dificulta sobremaneira a elucidação das dúvidas da Agência Reguladora e o exercício do contraditório por este requerente”, registra o governo do Maranhão no pleito ao STF.

O STF exigiu da Anvisa que especificasse quais documentos seriam esses, para que o processo de registro vá para frente.

Até o momento, a vacina já foi produzida na Rússia, Sérvia, Turquia, Egito e Argentina.