Desde a assinatura do Acordo de Paz com o governo, em novembro de 2016, o partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) – ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – já soma 185 militantes e dirigentes assassinados pelas milícias fascistas e por agentes da Força Pública.

Como a perseguição governamental e as mortes continuam, nesta quarta-feira mais de 180 prefeitos estarão reunidos para analisar a segurança dos ex-combatentes em seus territórios, e definir maneiras de fortalecer os instrumentos para fortalecer a segurança e combater a impunidade.

César Darío Herrera Gómes foi abatido com vários tiros assim que saiu do Espaço Territorial de Reincorporação na zona rural de Ituango, aumentando para 12 o número de ex-combatentes assassinados somente neste município do norte de Antióquia.

Em comunicado, os ex-guerrilheiros de Ituango denunciaram que os homicídios se repetem estimulados pela impunidade e a covarde sangria. “O governo não pode seguir ocultando este plano de extermínio contra a paz”, condenaram, pois salta aos olhos que este “é um acordo semifalido”, já que é isso o que está se assistindo, “a cada três dias, no funeral de um de nossos companheiros”.

Diante da gravidade da situação, foi solicitado à Missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na Colômbia que vá até a região e fortaleça o processo de investigação.

“Estamos numa situação de extermínio”, denunciou Pastor Alape, chefe de reincorporação da guerrilha durante o evento “Falemos de Verdade”, oportunidade em que respondeu à ministra do Interior, Nancy Patricia Guetierrez, frisando que não era o Acordo de Paz o falido, mas o governo de plantão.