José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, repeliu um possível acordo de livre comércio com a China, defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na quarta-feira (13/11), durante seminário do banco dos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) .
A exportação brasileira para a China está concentrada em apenas três produtos básicos: soja, petróleo e minério de ferro que respondem por 83% das vendas. Já a importação brasileira de produtos chineses é basicamente de produtos industrializados.
Segundo Castro, um livre comércio com a China, seria um “suicídio industrial”. “Abrir o mercado seria um suicídio comercial”, enfatizou.
O empresário revela, com suas observações, que as relações comerciais do Brasil devem priorizar países com economias similares e complementares à do país, ou seja, aquelas que apresentam equilíbrio comercial entre produtos primários e industrializados.
Para o presidente da AEB, é importante fortalecer o Mercosul. “Você tem que fazer acordo com um bloco, não com um país individualmente, a não ser que esteja passando pela cabeça do Brasil sair do Mercosul”, declarou.
Em entrevista, na rádio Jovem Pan, no mês passado, José Augusto de Castro destacou que a relação comercial entre os países do Mercosul está baseada em produtos manufaturados, ao contrário dos Estados Unidos, “um importante parceiro, mas têm na pauta petróleo, suco de laranja, commodities. Para a Argentina, 95% é manufatura”. Assim, como para China, “95% do que exportamos para a China são commodities e não manufaturados”.