O Exército da Argentina entregou na última segunda-feira mais de uma tonelada de alimentos e artigos de limpeza nos bairros populares de Quilmes, cidade da Grande Buenos Aires, contribuindo para o isolamento obrigatório determinado pelo presidente Alberto Fernández no combate ao coronavírus.

É uma das inúmeras ações realizadas para garantir a alimentação das famílias carentes, em meio ao combate à pandemia pelo governo nacional, que reforça iniciativas dos governos estaduais e municipais e entidades da sociedade civil.

“Estou desempregado, corto grama, faço trabalhos de meio período. Agora as pessoas não querem que eu corte mais. Além disso, você não pode sair, você é parado pela polícia, e tudo isso. Eu tenho quatro filhos, e, bem, renda zero. Então essa ajuda é muito importante”, disse Walter Bordon, um dos milhares de moradores atendidos pelo socorro emergencial.

Da mesma forma que Karina Rodriguez, que alerta para a necessidade da manutenção do apoio. “Se não venho buscar comida, meus quatro filhos e eu não comemos. Não há outra forma de nos alimentar. Posso beber chá, inclusive sem açúcar, porém meus filhos não, são pequenos”, declarou.

“Este é um operativo de proteção civil enquadrado dentro da Lei de Defesa Nacional”, assinalou o capitão Ezequiel Salinas, explicando serem seis unidades destinadas com dez soldados, cada uma, as que distribuem a refeição quente feita em grandes panelas de comida. “Cada caminhão leva um container de isolamento térmico que contém entre 250 e 300 porções”, explicou.

Conforme o vice-diretor de Proteção de Quilmes, “no marco do isolamento obrigatório se pensou na necessidade de reforçar tarefas de apoio à cidadania, pelo que se pediu a colaboração do Exército argentino para a distribuição de alimentos”.

As autoridades argentinas confirmaram 387 casos de coronavírus e oito mortes até o início da manhã desta quarta-feira. Todo o país está sob quarentena obrigatória.