A atividade aeroportuária atingiu 95% do nível pré-Covid, mas agora há 20 mil funcionários a menos.

Quinze voos foram cancelados e 200 foram adiados no aeroporto de Madri em decorrência da greve de tripulantes das companhias Ryanair e na EasyJet e 20% dos voos com origem ou destino no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, onde funcionários fazem uma paralisação de alguns dias, que teve início na quinta (29). Uma greve dos bombeiros de Paris, iniciada no dia 30, também ampliou os efeitos da paralisação dos aeroviários.

A mobilização da Ryanair e da EasyJet, duas companhias aéreas de baixo custo, para exigir melhores salários e condições de trabalho coincidiu com o final do ano letivo na Europa e as férias de verão. Centenas de voos de vários aeroportos europeus foram cancelados ou sofreram atrasos.

Passagens mais caras, atrasos, cancelamentos de voos e longas filas em aeroportos se tornaram rotina na medida em que companhias aéreas não tomaram as medidas necessárias para se adaptar à retomada do setor e convivem com a escassez de funcionários, demitidos no pico da pandemia de Covid-19.

A Ryanair é uma companhia aérea irlandesa com base em Dublin, República da Irlanda. O motivo da repercussão na Europa que provoca a greve de seus funcionários é que atualmente é a maior companhia aérea da UE no setor low cost (baixo custo). A empresa desenvolve a maioria das suas operações a partir do Reino Unido, da sua principal base, o Aeroporto de Londres Stansted.

Espanha

Os funcionários da companhia na Espanha – onde a empresa tem cerca de 1.900 funcionários – anunciaram que estarão em greve por 12 dias durante este mês , em dias alternados, para exigir melhores condições de trabalho e aumento de salários.

Os trabalhadores espanhóis da britânica EasyJet, já haviam anunciado que fariam nove dias de greve em fins de semana de julho também por melhoria salarial.

A operadora de aeroportos ADP ofereceu aos funcionários um aumento salarial de 4% se a categoria concordasse em encerrar a greve, mas a oferta foi rejeitada, disse um representante do sindicato à agência Reuters.

“A atividade aeroportuária atingiu 95% de seu nível pré-Covid, com a situação em que agora temos 20.000 funcionários a menos no aeroporto de Roissy, então as condições de trabalho se deterioraram drasticamente”, assinalou Nicolas Pereira, representante da Confederação Geral do Trabalho em Orly.

Por causa dessa política de retomar as atividades sem condições de trabalho dignas, outras companhias aéreas anularam milhares de voos nas últimas semanas. A alemã Lufthansa informou que neste verão europeu terá de cancelar quase 3 mil conexões nos importantes aeroportos de Frankfurt e Munique.