Tropas americanas patrulham região de Diyala, no Iraque.

Após os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, Washington tem usado o ataque como pretexto para invadir e ocupar países, destruir Estados nacionais, roubar petróleo e cometer crimes de guerra. Como resultado dessa prática de ‘terror de Estado”, os EUA ceifaram neste período 922 mil vidas de forma direta, conforme aponta o projeto Custos da Guerra do Watson Institute da Universidade Brown, da conhecida Ivy League.

O estudo inclui cálculos das primeiras vítimas da agressão ao Afeganistão, Iraque, Líbia, Paquistão, Síria e outros países, sem contar os efeitos secundários das atrocidades, entre elas 387 mil civis – grande parte crianças, como as iraquianas, vítimas do urânio depletado utilizado nos mísseis Tomahawk – mais de sete mil militares estadunidenses e 680 jornalistas. A projeção é de que com a invasão, a perda de soberania e da identidade nacional, o número de refugiados e deslocados forçados ascenda a 38 milhões, com a destruição das famílias.

Porém, infelizmente, as consequências das guerras mantidas pelos sucessivos governos estadunidenses são ainda maiores. Não estão somente restritas ao campo de combate, mas deixam graves e irreversíveis sequelas, com prejuízos à saúde mental que necessitam cuidado permanente a dezenas de milhares de feridos e mutilados.

Salta aos olhos, por exemplo, que se suicidaram quatro vezes mais militares estadunidenses – da ativa e veteranos –após o 11 de setembro do que em combate: 30.177 até o presente momento. Sem falar na sua doentia participação – fuzil na mão e roupas camufladas – em assassinatos nas ruas, festas e escolas dentro dos Estados Unidos, como se estivessem combatendo em campo inimigo.

Desprezando a necessidade do saneamento deste problema real – que vem sendo tema inclusive de vários filmes e séries nos EUA, pelo impacto causado – o investimento na saúde dos ex-combatentes é desprezado, enquanto o gasto federal dos Estados Unidos nas guerras após o 11 de setembro supera os US$ 8 trilhões.

Outros cálculos assinalam gastos ainda mais elevados, projetando um total de US$ 21 trilhões, gastos na militarização externa e interna em duas décadas, segundo informe do State of Insecurity, publicado pelo Institute for Policy Studies. O gasto militar foi elevado a um nível sem precedentes, sublinham, recordando que o aparato militar estadunidense mantém mais de 750 instalações em 80 países, com ao menos 220 mil tropas engajadas de maneira permanente no estrangeiro. Além disso, o orçamento para as agências de controle migratório, como a Imigração, Alfândega e Proteção de Fronteiras (ICE e CBP) mais do que foram duplicados no período.