Cão robô “Ghost Vision 60” foi criado para ser controlado por soldados do Exército

O Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos está treinando os cães robôs “Ghost Vision 60” que utilizará para combater os imigrantes ilegais na fronteira com o México. Eles foram equipados e testados em El Paso, Texas, com câmeras de vídeo e sensores que permitem a transmissão em tempo real de informações e dados para os soldados do Exército norte-americano que os monitoram.


Nova versão do “cão robô com rifle sniper” tem alcance de tiro de 1.200 metros (Sword Defense)

Quando estão em operação os robôs permanecem conectados através de frequências padrão como rádio, Wi-Fi, GPS ou outros. Foram aprovados carregando peso em montanhas, barrancos e rochas. Mais tarde, demonstraram suas “habilidades” numa área desértica, onde atuaram como sentinelas, noite e dia, e em inspeções dentro e embaixo de vagões de trem.

Conforme o comunicado oficial, o objetivo dos “veículos automatizados de vigilância terrestre”, que contam com a colaboração da Ghost Robotics, empresa de tecnologia militar que implantou até rifle nas costas de um destes “animais” no ano passado, é ‘aumentar a segurança estadunidense’.

“Essa é uma região que é muito inóspita para a sobrevivência de seres humanos”, diz a nota governamental, para quem pessoas de outra nacionalidade não pertencem a esta categoria.

Segundo Gavin Kenneally, diretor de produtos da Ghost Robotics, o cão robô pesa 100 quilos e foi projetado para trabalhar em terrenos acidentados, e em um clima de muito calor, umidade e pouco oxigênio. “É um robô quadrúpede resistente. Ele atravessa todos os tipos de terrenos naturais, como areia, rochas e colinas, bem como ambientes construídos pelo homem, como escadas”, ressaltou.

“A fronteira sul pode ser um lugar inóspito para homens e animais, e é exatamente por isso que uma máquina pode se destacar lá”, acrescentou Brenda Long, chefe da Diretoria de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Interna (DHS).

Hoje um muro físico já cobre mais de um terço dos 3.200 quilômetros de fronteira, formado por barreiras de concreto, grades e placas metálicas erguidas por sucessivas administrações dos partidos Democrata e Republicano – que gastaram bilhões de dólares na sua execução. O “empreendimento” e ações da vigília policial militar antiimigrante norte-americana implicou na morte de milhares de pessoas cujo único crime foi tentar uma vida melhor.

Dois milhões presos em 2021

No ano passado mais de dois milhões de imigrantes foram presos na fronteira entre os EUA e o México, apontou o serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Desse total, 1,25 milhão eram adultos solteiros, mais de 600 mil chegaram com um parente e 170 mil eram menores que não contavam sequer com a presença de um responsável. Mais de 1,1 milhão destes imigrantes foram imediatamente expulsos de volta para o México ou levados de avião para outros países.