Orçamento inflado do Pentágono acontece em meio à escalada de tensões com Rússia e China

O Congresso dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira uma lei de “defesa” nacional que criou um novo orçamento militar recorde de US$ 770 bilhões (R$ 4,3 trilhões) – quatro vezes o da China. Destes, US$ 7,1 bilhões são destinados a reforçar a posição agressiva contra o gigante asiático, bem como a disponibilizar recursos relativos à ilha de Taiwan, incluindo convidá-la a um exercício naval multilateral no próximo ano.

Aguardando a assinatura do presidente Joe Biden, a autointitulada “Lei de Autorização de Defesa Nacional” é um ato de provocação à China, por meio da “Iniciativa de Dissuasão do Pacífico”, com a declaração da militarização de Taiwan, bem como a proibição de se obter produtos “produzidos com trabalho forçado” da Região Autônoma uigur de Xinjiang, no noroeste da China.

Conforme os observadores chineses. a maquinação do governo estadunidense com autoridades do Partido Progressista Democrático (DPP) dá continuidade à insensatez já demonstrada com o convite para que Taiwan participasse da sua “Cúpula da Democracia”, realizada recentemente. O Taiwan News informou na quinta-feira (16) que a força naval da Ilha deveria ser convidada para participar no ano que vem do exercício Rim of the Pacific (RIMPAC), liderado pelos EUA.

Cientistas dos EUA protestam

Um abaixo-assinado subscrito por centenas de cientistas conclama o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a reduzir o arsenal nuclear do país e tomar medidas urgentes para descartar seu uso preventivo ou “de forma imprudente”. A iniciativa serve como resposta à elevação da tensão com a Rússia e a China, com a potencialização da corrida armamentista.

Conforme os ativistas, o planeta está vivendo “um momento crucial”, no qual os EUA devem parar a retomada da corrida por armas nucleares, bem como demonstrar que estão cumprindo com sua obrigação em virtude do Tratado de Não Proliferação Nuclear, tomando medidas efetivas para o desarmamento.

“A Revisão da Postura Nuclear em curso é uma oportunidade para que você reduza o risco de uma guerra nuclear ao reduzir o arsenal dos Estados Unidos, seu papel na segurança dos EUA e mudar as políticas que regem seu uso”, sublinham os cientistas a Biden.

Elaborado pela Academia Nacional de Ciências dos EUA e pela União de Cientistas Preocupados, o manifesto foi subscrito por cerca de 700 cientistas e engenheiros, entre eles 21 premiados com o Nobel.

O manifesto defende que Biden declare que os Estados Unidos não utilizarão primeiro as armas nucleares; modificar o protocolo de seu uso para que mais funcionários estejam envolvidos no processo e assim criar uma “salvaguarda” contra ”um possível futuro presidente que seja instável ou que ordene um ataque imprudente”; reduzir o número de armas nucleares estratégicas a 1.000 unidades e cancele o programa para substituir os mísseis balísticos intercontinentais existentes e, em seu lugar, estenda sua vida útil.

Até hoje, os Estados Unidos foram o único país do mundo a utilizar armas nucleares, com os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, realizados no final da Segunda Guerra Mundial nos dias 6 e 9 de agosto de 1945. O lançamento das bombas sobre o Japão, país à beira da rendição, custou a vida de mais de 250 mil pessoas, a maioria civis, e teve o único propósito de exibir força e intimidar o mundo, principalmente os soviéticos.

Em resposta à crescente ameaça militar estadunidense, os governos da Rússia e China anunciaram que estão preparando medidas preventivas conjuntas.