EUA-Seul testam mísseis e Coreia Popular faz “advertência solene”
A Coreia Popular (Norte, socialista) testou recentemente dois novos mísseis de curto alcance – o suficiente para atingir qualquer base dos EUA no sul – e advertiu que se trata de uma “advertência solene” aos “belicistas da Coreia do Sul”, que confirmaram que vão acatar a ordem de Washington de realizar manobras militares em agosto – aliás, o mês da independência do jugo colonial japonês.
Um míssil percorreu 430 quilômetros. O outro, com 690 quilômetros, foi comparado, pela mídia ocidental, ao russo Iskander. Os mísseis foram disparados de Wonsan, na costa leste, contra o Mar do Japão.
Além de retomar as manobras milita res, sob novo nome, Seul também recebeu caças de quinta geração F-35, o que já foi condenado por Pyongyang por ferir o espírito da cúpula intercoreana, orientada para a reconciliação e superação dos con- frontos.
Conforme a KCNA, o líder Kim Jong Un afirmou que seu país se viu forçado a desenvolver essas armas para “eliminar ameaças potenciais e diretas”. Ele se disse “satisfeito” com a resposta do novo sistema de defesa e aconselhou a que não fosse cometido o erro de “ignorar o aviso”.
Até aqui, a Coreia Popular segue cumprindo os compromissos assumidos na cúpula de Cingapura Kim-Trump, cuja essência era a suspensão, pelo lado coreano, dos testes nucleares e de mísseis de grande alcance, em troca da suspensão das manobras de guerra e ensaio de invasão encenadas pelo Pentágono duas vezes por ano, para abrir espaço para negociações passo a passo.
Na cúpula de Hanói, as negociações foram suspensas abruptamente, após ser constatado que Washington tentava contornar o processo de construção de confiança passo a passo, se recusando a qualquer avanço, desde uma declaração pelo fim formal da guerra e superação do armistício, até o mero alívio de parte das draconia- nas sanções que mais afligem os civis.
Apesar de Kim ter investido novamente no processo de negociação, indo até a zona desmilitarizada para se encontrar com Trump, um mês depois ressurge o impas- se, com as manobras militares conjuntas EUA-Seul. No dia do novo encontro KimTrump, este achou conveniente mandar seu conselheiro John Bolton, ir passear na Mongólia, para não correr nenhum risco do caldo entornar em Panmunjom.
Para o secretário de Estado, Mike Pompeo, os dois testes de mísseis norte-coreanos seriam uma tática de negociação. “Todo mundo tenta se preparar para negociações e criar alavancagem e criar riscos para o outro lado”, ele disse à Bloomberg Television.
“Se levar mais duas ou quatro semanas [para que a diplomacia funcione], tudo bem”.
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