Sistema russso de defesa antiaérea S-400

O Departamento de Estado oficializou a aplicação de sanções contra a Turquia pela compra do sistema russo de defesa antiaérea S-400. Segundo comunicado norte-americano, a medida atinge a presidência das Indústrias de Defesa da Turquia (SSB, na sigla em turco) e quatro altos funcionários da empresa, incluindo seu diretor Ismail Demir.

A sanção, que viola a lei internacional, já que a Turquia, como país soberano, pode comprar armas ou outro produto qualquer de quem lhe aprouver ou oferecer melhores condições, foi cometida em consonância com a Lei Contra Adversários da América Através de Sanções (CAATSA, na sigla em inglês), aprovada pelo Congresso dos EUA e aplicada segundo a ilegal ‘jurisdição dos longos braços’. A SSB é uma estatal turca que administra a indústria de defesa do país e a aquisição de tecnologia militar.

“O secretário de Estado [Antony Blinken] selecionou […] certas sanções a serem impostas à SSB e a Ismail Demir, presidente da SSB; Faruk Yigit, vice-presidente da SSB; Serhat Gencoglu, diretor do Departamento de Defesa Aérea e Espaço da SSB; e Mustafa Alper Deniz, gerente do Programa da Direção Regional de Sistemas de Defesa Antiaérea da SSB, de acordo com a CAATSA”, disse a nota.

Como se isso não bastasse, a ‘mensagem’ de Washington acrescenta que “Blinken afirmou que a SSB ‘se envolveu intencionalmente em uma transação significativa com uma pessoa que faz parte dos setores de defesa ou inteligência do Governo da Federação da Rússia, ou que opera em nome dos mesmos’”.

Washington repetidamente pressionou Ancara para que recuasse da compra do sistema russo S-400, aliás considerado muito superior ao equipamento norte-americano e muito mais barato. As chantagens não funcionaram e inclusive a Turquia manifestou a Moscou a intenção de comprar um segundo lote do S-400.

Na semana passada, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, em conversa por telefone com o ministro da Defesa Nacional turco, Hulusi Akar, fizera uma última tentativa de demover Ancara de manter os S-400 russos.

Anteriormente, Washington pressionara a Turquia ameaçando cancelar a entrega dos caças de quinta geração F-35. Em vão: a posição de Ancara sobre o uso dos sistemas russos de defesa aérea S-400 permanece inalterada e a Turquia não precisa da autorização dos EUA para isso. De acordo com um porta-voz do comitê de defesa do parlamento turco, a Turquia já tomou sua decisão sobre os S-400 há muito tempo e não vai desistir.

Uma bateria completa do S-400 é formada por nove carretas lançadoras, mais duas remuniciadoras, um posto de comando e 120 mísseis – as ogivas podem levar de 40 kg a 180 kg de explosivos. Todo o conjunto é digital e identifica cerca de 100 alvos a até 600 km de distância. O S-400 utiliza quatro diferentes interceptadores.

Os alvos ao seu alcance são os caças dos EUA -15 Eagle, F-16, F-18 F-35 e F-22, os europeus Typhoon e Rafale, os mísseis de cruzeiro Tomahawk e ainda os mísseis balísticos, atingidos a 185 km de altitude. Entre a identificação da ameaça e o disparo do míssil antiaéreo, são 10 segundos.