EUA: México condena esterilização de mexicanas imigrantes em detenção
O governo do México anunciou na terça-feira (22) que iniciou uma investigação sobre a esterilização de mulheres mexicanas em um centro de detenção de imigrantes na Geórgia, Estados Unidos, informou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Marcelo Ebrard.
“É algo inaceitável e que rejeitamos de antemão. Já estamos em contato com seis [mulheres mexicanas] entre aquelas que podem ter sido submetidas a este tipo de procedimento”, assinalou o chanceler, durante a conferência de imprensa diária do presidente do país, Andrés Lopez Obrador.
A situação criminosa veio à tona depois que a enfermeira Dawn Wooten, ex-funcionária do Centro de Detenção do Condado de Irwin (ICDC), no Estado da Geórgia, vazou informações sobre as práticas sanitárias em locais similares a campos de concentração mantidos pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE, por suas siglas em inglês). Ela afirmou que o centro não só ignorava os protocolos contra o Covid-19, como realizava um alto número de histerectomias (extirpação de útero) de maneira insana e sem necessidade do ponto de vista de saúde.
Várias organizações apresentaram na semana passada uma queixa no Departamento de Segurança Nacional norte-americano baseada no testemunho de Wooten.
O pedido das autoridades mexicanas surgiu depois de várias congressistas norte-americanas terem legitimado as denúncias de pelo menos 17 mulheres que teriam sido submetidas a cirurgias desnecessárias, incluindo as histerectomias, na instalação migratória em Irwin.
A deputada democrata na Câmara dos Deputados, Pramila Jaypal, pediu igualmente uma investigação nacional para esclarecer estas acusações.
Segundo dados do próprio órgão do governo, ICE, entre 2013 e 2017, também se registraram 1310 denúncias de agressões sexuais nos centros.
A política criminosa do Governo de Donald Trump com os imigrantes não se limita às mulheres. Os Estados Unidos expulsam à força diariamente dezenas de imigrantes de várias nacionalidades através de uma pequena e deserta cidade na fronteira com o México, alegando motivos de saúde pública, em meio à pandemia do coronavírus, denunciou a Hope Border Institute, uma organização norte-americana da sociedade civil.
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