Blinken (dir.) vai a Zelensky para fomentar continuidade da guerra por procuração

Os secretários de Estado e de Defesa dos Estados Unidos, Blinken e Austin, foram à capital da Ucrânia no domingo (24), onde se reuniram com o presidente Volodymyr Zelensky e outros altos funcionários ucranianos, em campanha para dificultar quaisquer negociações de paz com Moscou e trazendo na algibeira mais fornecimento de armas, para asseverar que o conflito continue até “o último ucraniano”.

Durante sua reunião com Blinken e Austin, relatou Zelensky, foram abordados os temas de “ajuda à defesa, endurecimento da política das sanções contra a Rússia, apoio financeiro à Ucrânia e garantias de segurança”. Trata-se da visita norte-americana de mais alto nível a Kiev desde o início da operação especial russa.

“Gasolina no fogo”

“O que os americanos estão fazendo é jogar gasolina no fogo”, advertiu o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, rechaçando a ida da dupla Blinken-Austin a Kiev. “Vejo uma tentativa de dobrar apostas, o que agrava a situação e pode levar a mais perdas”, disse à rede TV Russia 24.

“Enfatizamos que é inaceitável que os EUA despejem armas na Ucrânia e exigimos o fim dessa prática”, sublinhou Antonov.

Segundo a Reuters, Washington vai fornecer ao regime de Kiev armas e munições no total de US$ 487 milhões. Com isso, sobe para US$ 3,7 bilhões o reforço de armas desde os EUA. De Kiev, o chefe do Pentágono irá à Alemanha para se reunir com a Otan.

Blinken também anunciou que o presidente Joe Biden está prestes a indicar quem será o novo embaixador na Ucrânia – isto é, o novo pró-cônsul.

Se a Ucrânia não tivesse insistido no projeto de criar uma ‘nação racialmente pura’, ‘sem russos’ e inspirada nos colaboracionistas de Hitler, se tivesse mantido o compromisso anterior de ser um país neutro, sem bases estrangeiras e sem armas nucleares, e se tivesse cumprido com os acordos de Minsk para pacificação do Donbass com autonomia e direitos inscritos na constituição, nem existiria o conflito em curso atualmente.

O atual estado de coisas foi gerado, primeiro, pelo ‘convite’ do presidente W. Bush em 2008 para que a Ucrânia rasgasse o estatuto de neutralidade e ingressasse, isto é, fosse anexada pela Otan.

Convite que, em 2014, foi seguido pelo golpe de Estado CIA-nazis, que incrustou o Batalhão Azov e outros nazistas nas forças armadas ucranianas, onde se dedicaram a tentar um pogrom contra os descendentes de russos no Donbass e até queimaram 42 civis vivos em Odessa.

Em 2019, sem um plebiscito sobre a questão, as bancadas de pró-americanos, pró-nazis e pró-oligarcas ladrões, inscreveram o ingresso do país na Otan na sua constituição.

Segundo o secretário de Estado, os diplomatas norte-americanos que se refugiaram na vizinha Polônia começarão a regressar à Ucrânia já nesta semana.

A embaixada norte-americana em Kiev permanecerá fechada por enquanto, acrescentaram. De Kiev, o general Austin se dirigirá à Alemanha para se reunir com outros integrantes da Otan, na base aérea norte-americana de Ramstein.

Mariupol livre

No terreno, as forças conjuntas Rússia-Donbass libertaram o estratégico porto de Mariupol, que estava sob domínio do Batalhão Azov desde 2014 e o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, anunciou o início da segunda fase, cujo objeto explícito é derrotar ou aniquilar a principal força de combate das tropas ucranianas, entrincheiradas no Donbass, ao longo da linha de separação, libertando a região da ingerência nazi-ucraniana.

A principal perda da Rússia no conflito foi o afundamento da nau capitânea Moskva, ainda por esclarecer. Nos primeiros dias da operação, a Rússia destruiu a Marinha ucraniana e assumiu o controle do espaço aéreo.

Ao anunciar sua operação militar especial, a Rússia, que reconheceu as repúblicas gêmeas do Donbass – depois de oito anos de tentativas de recolocar o Acordo de Minsk em prática e com a região sob agressão, bombardeio e ameaças -, colocou como objetivo impedir a iminente operação de limpeza étnica contra Donetsk e Lugansk, desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia e barrar nova expansão da Otan e seus sistemas de armas até à fronteira russa.

Além de uma guerra econômica sem precedentes, a Rússia vem se defrontando contra as provocações dos norte-americanos e do regime de Kiev, como visto em Bucha, Mariupol e Kramatorsk, no mais genuíno estilo ‘Capacetes Brancos’ na Síria ou das costumeiras operações de bandeira trocada seguida de ampla cobertura midiática no processo de demonização dos que não rezam na cartilha de Washington.