Manifestação do movimento antirracista BLM (Vidas de Negros Importam)

O movimento Black Lives Matter [Vidas de Negros Importam] (BLM) – que encabeçou os protestos nos EUA contra o racismo e o assassinato de George Floyd, cruciais para a derrota de Trump nas eleições -, conclamou o presidente Biden a “suspender imediatamente o embargo econômico”.

As 243 sanções adicionadas por Trump, que não dependem de votação no Congresso dos EUA, podem ser abolidas com uma simples canetada de Biden – que inclusive era vice de Obama quando EUA e Cuba restauraram as relações diplomáticas.

Sanções ainda mais cruéis e covardes por terem sido impostas em meio à pandemia, e mantidas no momento em que a epidemia, sob as novas variantes do coronavírus, se agravou em Cuba.

“Esta política cruel e desumana, ditada com a intenção de desestabilizar o país e minar o direito dos cubanos de escolher seu próprio governo, é a principal razão da atual crise”, afirma o movimento numa declaração na sua conta de Instagram.

No comunicado, o BLM “condena o tratamento desumano dado aos cubanos pelo governo federal dos Estados Unidos e insta-o a suspender imediatamente o embargo econômico.

O principal movimento pelos direitos dos negros nos EUA na atualidade assinalou que “desde 1962, os Estados Unidos impõem dor e sofrimento ao povo cubano», cortando o acesso a alimentos, remédios e outros suprimentos”. O que – denunciou – “já custou a esta pequena ilha cerca de 130 bilhões de dólares”.

O comunicado registra, ainda, como sob as sanções se torna difícil a Cuba adquirir equipamentos necessários à vacinação e à produção de alimentos. O BLM assinala que essas dificuldades se verificam apesar da existência de “um forte sistema de saúde no país, que historicamente oferece assistência médica a situações de desastre em todo o mundo”.

“O povo cubano está a sendo punido pelo governo dos Estados Unidos porque manteve o seu compromisso com a soberania e a autodeterminação”, sublinha a entidade.

O comunicado ressalta que líderes norte-americanos vem tentando esmagar [a revolução cubana] “há décadas” e que, em vez de “amizade, respeito e boa vontade”, Washington apenas “instigou o sofrimento de 11 milhões de pessoas no país, das quais quatro milhões são negras e mulatas”.

O BLM destacou que Cuba tem demonstrado historicamente a sua solidariedade com os povos oprimidos de ascendência africana, “desde proteger revolucionários como Assata Shakur, ao conceder-lhe asilo, até apoiar as lutas de libertação em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e África do Sul”.

Ao concluir, o movimento insta o presidente Biden “a acabar com o embargo”, que constitui “uma violação flagrante dos direitos humanos”.