Rússia é o maior produtor mundial de trigo. Ucrânia também é grande produtor. Washington quer monopolizar o mercado tirando principais concorrentes

Apesar de Washington pretextar sua intervenção dizendo que “só quer a democracia e a segurança”, na verdade visam apenas seus interesses sem importar com gerar fome, semear morte e produzir conflito e desestabilização. Agora, ao fazer de tudo para que o governo submisso da Ucrânia resista a fechar o acordo com a Rússia, consegue provocar uma séria crise desabastecimento, fazendo com que muitos países comecem a ter falta de alimentos, buscando auferir lucros com a alta dos preços das commodities.

Esta é a denúncia do economista japonês Keith Kaya ao portal Shugan Genday, para quem este cenário fica mais claro quando se considera que a Rússia e a Ucrânia são grandes produtores de trigo, respectivamente o primeiro e o quinto lugar.

A atual situação gera um déficit na distribuição de grãos, o que, consequentemente, elevará os preços dos produtos, com uma grande elevação na Ucrânia, onde devem subir ainda mais. A situação vai atingir também produtos alternativos, como o milho, que também já ficou mais caro.

Nesta situação, os países envolvidos precisarão assegurar estes produtos para suprirem suas próprias necessidades, passando a depender dos Estados Unidos para tanto, enquanto as outras nações que não conseguirem arcar com a alta dos preços correm o risco de ver suas populações passando fome.

De acordo com a denúncia do economista japonês, esta não é a primeira vez que os Estados Unidos utilizam esta estratégia, já utilizada no passado, quando os norte-americanos usaram o petróleo e o câmbio para estabelecer artificialmente sua hegemonia na década de 70.

Segundo Keith Kaya, neste momento os EUA estão se utilizando da Ucrânia como instrumento para fazer com que seus aliados da União Europeia (UE) abandonem os recursos energéticos russos e passem a comprar o gás norte-americano.

Além do gás, os estadunidenses ainda abocanhariam o imenso mercado agrícola, elevando o papel das suas corporações, devido ao elevado déficit mundial que será gerado, além de esperarem manter a hegemonia da sua decadente moeda nacional.