A organização Colegiado Americano de Médicos (ACP) que reúne 159 mil filiados declarou, terça-feira, 21, apoio à luta dos médicos por uma medicina pública universal (campanha Medicare For All).

A declaração da segunda maior associação de médicos dos Estados Unidos, vem logo após a publicação de uma carta aberta da organização Médicos por um Programa Nacional de Medicina (PNHP), assinada por 2.000 médicos “prescrevendo” Medicare For All. Entre os assinantes, alguns destaques como a Dra. Marcia Angell, ex-editora-chefe do New England Journal of Medicine e o histórico desenvolvedor do aparelho desfibrilador, Dr. Bernard Lown, entre outros.

Os médicos Dra. Steffie Woolhandler e David Himmelstein, fundadores da organização (PNHP) destacaram que as organizações de médicos nos EUA foram até há pouco, em geral, contra a ideia de uma saúde pública nacional e enfatizaram que a declaração da ACP é “um mar em termos de mudança de posição”.

A carta da PNHP e a declaração da ACP refletem o crescente apoio dos médicos norte-americanos a uma medicina pública universal. Pesquisas recentes encontraram que mais da metade de todos os médicos dos EUA estão a favor da extensão do Medicare.

“Como médicos, vemos diariamente o dano que nosso sistema, fragmentado e baseado em negócios privados de saúde, causa a nossos pacientes”, afirmou o Dr. Adam Gaffney, presidente da PNHP e integrante da Faculdade de Medicina de Harvard.

“Pacientes seguem sem o cuidado de que necessitam e os médicos têm que perder tempo com contabilidade e publicidade. Medicare For All é a melhor solução para todos, um caminho melhor para médicos e pacientes”, declarou o Dr. Gaffney.

“Quando começamos esta luta, fomos considerados radicais e hoje somos a corrente principal na profissão médica”, declarou a Dra. Woolhandler, da Universidade da Cidade de Nova Iorque e catedrática da Harvard Medical School, filiada à ACP.