Pastor Arilton Moura

O pastor propineiro Arilton Moura fez ameaças ao ser preso pela Polícia Federal na última quarta-feira (22) denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por participar de um esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC).

No telefone com sua advogada, o pastor informa que foi detido pela Polícia Federal e pede para acalmar a esposa. “Eu preciso que você ligue para a minha esposa, acalme minha esposa. Porque se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir todo mundo”, disse.

Em resposta, a advogada diz para pastor ficar calmo. “Entra em oração para se acalmar e a gente cuida das coisas por aqui”, disse a advogada.

A ameaça foi interceptada pela Polícia Federal e o áudio foi divulgado pelo jornal O Globo.

A prisão de Arilton aconteceu em Belém (PA), na mesma ação que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, e o pastor Gilmar Santos, de quem é apontado como “braço direito”.

Os dois pastores são acusados de pedirem propina a prefeitos em troca da liberação de verba e investimentos do MEC e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para municípios.

Atualmente, Arilton é assessor de assuntos políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros da Assembleia de Deus no Brasil. Antes disso, foi secretário extraordinário para Integração de Ações Comunitárias do governo Simão Jatene (PSDB) no Pará, e antigo presidente paraense do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), que hoje é o Podemos.

Na quinta-feira (23), os dois pastores foram soltos pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

O desembargador já tinha prestado serviços quando em janeiro deste ano atendeu ao pedido do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e concedeu uma liminar liberando parte da madeira ilegal apreendida em dezembro de 2020, na Operação Handroanthus, da Polícia Federal (PF). A madeira tinha origem em desmatamento ilegal.

Sob Bolsonaro, o MEC tem sido objeto de vários escândalos de corrupção.

Não é por coincidência que a qualidade dos serviços do órgão vêm caindo aceleradamente. Enquanto sobra dinheiro para a corrupção, os recursos para a Educação e o atendimento aos estudantes brasileiros estão em queda brutal.

A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e a Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica) denunciaram nesta sexta-feira (24) que as instituições federais de ensino perderam, juntas, R$ 619 milhões do orçamento discriminado neste mês.