Manifestantes protestaram no centro da capital fluminense - Foto: Pedro Rocha/ CUCA da UNE

Milhares de estudantes e trabalhadores participaram das manifestações contra os cortes na educação, realizadas neste dia 13, no Rio de Janeiro.
Alunos e professores se uniram em prol das universidades públicas como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e Universidade Federal Fluminense (UFF) em meio a marcha, que foi concluída no prédio da Petrobrás.
Os estudantes secundaristas entoaram gritos como “Sou estudante, não abro mão da Previdência e da educação” e “Trabalhador, tô do seu lado, nosso futuro não será privatizado”.
A estudante de enfermagem da Uerj, Kalyane Cristine Ferreira, fez duras críticas ao programa Future-se, que quer financiar parte do ensino nas universidades públicas e regulamentar a gestão das instituições com participações de OSs (Organizações Sociais). “Uma farsa”, disse.
“Eu sou contra porque, além de ferir a autonomia da universidade pública, é o capitalismo. É um programa de mercantilizar as produções públicas da faculdade. Elas não vão mais girar em torno da demanda popular, mas do que o empresário pedir, do que quem financia pedir. Assim como estão fazendo com as organizações sociais na saúde”, criticou a universitária.
MEMÓRIA
A manifestação contou com a presença de Rosalina Santa Cruz, irmã de Fernando Santa Cruz, desaparecido durante a ditadura militar, em marcha com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFF que leva nome de Fernando. A memória de Santa Cruz foi atacada recentemente por Bolsonaro contra Felipe Santa Cruz, filho de Fernando e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Bolsonaro disse que poderia contar a ele como o pai desapareceu na ditadura.
Em São Paulo, além de carregar uma bandeira nacional, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão vestia uma camisa com o rosto de Fernando Santa Cruz.
“A gente vê hoje muitas ameaças à democracia, às organizações estudantis, e nós não podemos deixar que nosso país volte a ser um regime militar. Não vamos deixar a UNE ser clandestina de novo. Vamos lutar até o fim pelo direito de ir para a rua, e o Fernando Santa Cruz era um estudante que lutava por esse direito. Nós não vamos aceitar que o presidente da República ofenda a memória de, esse sim, um herói brasileiro”, disse Iago.