Estudante da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Clayton Tomaz de Souza, o Alph, foi encontrado morto com marcas de tiros e teve o corpo identificado pelo pai na segunda-feira (17). Ele estava desaparecido desde o dia 6 de fevereiro, após realizar uma série de denúncias contra os seguranças terceirizados da universidade federal.
Natural de Pernambuco, o estudante de filosofia era uma voz ativa do movimento estudantil da UFPB. O estudante já foi membro do Diretório Central dos Estudantes da universidade, do Centro Acadêmico de Filosofia da mesma instituição e do Conselho Superior Universitário.
Segundo do Instituto de Polícia Científica (IPC), o corpo chegou à perícia em estado de decomposição e com marcas de tiros. A autópsia foi realizada no dia 10, mas só nesta segunda a família, do interior de Pernambuco, conseguiu ir à capital para identificar o corpo.
Segundo relatos no grupo da universidade no Facebook, o estudante denunciava os abusos cometidos pelos guardas da UFPB e sofria ameaças dos funcionários desde 2016. O estudante afirma em outra publicação que protocolou na ouvidoria da UFPB uma denúncia sobre as ameaças que sofria dos guardas dentro do campus
Em vídeo publicado no dia 29 de janeiro deste ano, pouco tempo antes de desaparecer, Clayton declarou: “O fato é que a minha vida está em risco, galera. Qualquer hora dessas, esses caras dão cabo de mim. Se eu aparecer morto, foram eles”.
INVESTIGAÇÃO
Uma comissão foi formada nesta quarta-feira (19), pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFPB para acompanhar as investigações da morte do estudante de filosofia. A comissão vai ser constituída por representantes dos três segmentos que compõem a comunidade universitária: estudantes, professores e técnico-administrativos.
Na reunião do Consuni, a reitoria Margareth Diniz afirmou que a instituição fornecerá todas as informações solicitadas para a elucidação do caso.
Estudantes, professores e amigos realizaram, na noite da terça-feira (18), um ato em protesto contra a morte do universitário. A homenagem foi marcada por pedidos de justiça e investigação da morte dele, além de testemunhos sobre a trajetória do jovem na comunidade acadêmica e em movimentos estudantis.