Mobilização para que todos os votos fossem contados funcionou

Nos EUA, de costa a costa as ruas ficaram lotadas no sábado (7) para comemorar que “acabou Trump” [Trump is over], cantando, dançando exibindo bandeiras e cartazes. De Atlanta a Nova York, da Filadélfia a Washington, de New Orleans a Oakland a alegria se espraiou, assim como os buzinaços.

A festa começou assim que a Associated Press, como faz em eleições nos EUA há quase dois séculos, registrou que Biden havia vencido na Pensilvânia, com o que ultrapassava a marca dos 270 votos no Colégio Eleitoral, que determinam a vitória da disputa a presidente. Outros órgãos de imprensa acompanharam a afirmação da AP – inclusive a Fox News, principal sustentáculo de Trump na mídia.

Na Praça Black Lives Matter do lado de fora da Casa Branca, pessoas em êxtase festejaram a vitória de Joe Biden e Kamala Harris e não faltou sequer o boneco inflável Trump, com a novidade das orelhas de ratão. A multidão também se divertiu proclamando o bordão de Trump no seu reality show, ‘O Aprendiz’: “Você está demitido”.

Depois de terem de aturar Trump nos seus comícios parasitando sucessos, muita gente cantou o “na na na hey hey goodbye’, para dar um adeuzinho ao presidente bilionário.

Eram centenas de pessoas aplaudindo, cantando palavras de ordem, acenando com bandeiras e se congratulando mutuamente pela vitória, depois de quatro anos de retrocesso, racismo, xenofobia e obscurantismo negacionista da ciência diante de uma pandemia.

Na Times Square, em Nova York, as pessoas dançaram, gritaram e ergueram os punhos, por terem barrado um segundo mandato de Trump, que passará à história com um adjetivo que ele particularmente odeia: loser [perdedor].

Na América de Trump, o clima é de desolação, enquanto bandos de trumpistas insistem na farsa do “Pare o Roubo” e na vã “recontagem dos votos legais”.

Em um breve comunicado, Joe Biden agradeceu ao povo norte-americano “por terem me escolhido para liderar nosso grande país” e se disse “honrado”. “O trabalho que nos espera será duro, mas eu lhes prometo isso: serei presidente de todos os americanos – se você votou em mim ou não. Eu preservarei a fé que vocês depositaram em mim”. “Conseguimos, Joe”, saudou em telefonema a Biden a vice Kamala.

Trump foi para a Flórida esfriar a cabeça em um campo de golfe de sua propriedade, e mais tarde voltou à Casa Branca, onde se encontra ouvindo a algazarra da comemoração da derrota dele.