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O lucro do banco Santander, terceiro banco privado no país, no terceiro trimestre deste ano foi de R$ 3,902 bilhões. Um resultado, em plena pandemia, 5,3% acima do resultado do mesmo trimestre de 2019.

Um aumento extraordinário de 82,7% sobre o trimestre anterior, mais atingido pela crise. A filial do banco espanhol superou em muito as expectativas do mercado, conforme, por exemplo, o Valor Online.

As operações no Brasil impulsionaram os resultados do Santander a nível mundial, cujo lucro no terceiro trimestre foi de 1,75 bilhão de euros, o triplo em relação a 2019, depois do único prejuízo em 163 anos de história no trimestre passado.

Da mesma forma, também pela influência do resultado no Brasil, o lucro líquido de 1,75 bilhão de euros, superou as estimativas de cerca de 1 bilhão de euros, conforme o próprio banco admitiu. Ao cambio de R$ 6,75 por Euro, o lucro no Brasil garantiu quase um terço do lucro do banco no mundo.

A realidade do banco deve ter inspirado o ministro Guedes na defesa da recuperação da economia em ”V”, ainda que não se tenha notícias de nada parecido na indústria, no comércio e na renda e no emprego dos trabalhadores e assalariados.

O Santander atravessa a pandemia com aumento do saldo da sua carteira de financiamentos. Um crescimento de 20,2% em relação ao mesmo trimestre de 2019 e 5,3% em relação ao trimestre anterior.

O crédito para pequenas empresas, parcialmente garantidas pelo governo (85%), e as hipotecas e financiamento de veículos foram as linhas que mais cresceram, empréstimos, com bom lastro de garantias.

A margem financeira, ou seja, as receitas do banco com concessão de crédito menos as despesas de captação com clientes, foi de R$ 12,4 bilhões no trimestre, uma alta de 3,4% em relação ao mesmo período de 2019.

As receitas com tarifas foram de R$ 4,746 bilhões, 15,7% superiores ao mesmo período do ano passado, cobriram 88% dos R$ 5,775 bilhões de despesas gerais.

A provisão para devedores duvidosos, reduzindo o lucro, foi de R$ 2,916 bilhões, ou 3,15% das receitas e apesar das despesas extras com as rescisões de contrato de trabalho dos 1.200 funcionários demitidos no trimestre, os lucros vieram nas condições tão favoráveis.

Os demitidos, cujas admissões à frente deverão ser em menor número, vão representar menos despesas e gerar mais lucros nos próximos trimestres.

A repercussão do lucro sobre o retorno sobre o patrimônio (ROE) ficou em 21,2% no terceiro trimestre. No segundo trimestre deste ano foi de 12% e no terceiro trimestre do ano passado de 21,1%.

A empresa também anunciou a distribuição líquida de R$ 850 milhões em juros sobre o capital próprio a serem pagos aos seus acionistas.

A despeito da crise que a nação atravessa, tragicamente agravada pela pandemia da Covid-19, o Santander depois de um relativo pequeno abalo, registrado no segundo trimestre, traz números que indicam que vai fechar o ano com excelentes lucros.

A mesma sorte não terão os 28 milhões de desempregados, subempregados e os disponíveis para o trabalho, as centenas de milhares de micro e pequenos empresários que foram à falência e tantos outros que enfrentam graves dificuldades para manterem suas atividades, enfim o Brasil real.