Escritores de Israel lançam manifesto pela saída do premiê Netanyahu
Mais de 60 escritores, dramaturgos, intelectuais e educadores israelenses firmaram uma carta aberta aos líderes do Judiciário, do Executivo e da Segurança, exigindo que Bibi Netanyahu seja declarado “incapaz” para o exercício do cargo de primeiro-ministro e imediatamente removido de sua função.
De iniciativa do premiado autor, Ilan Sheinfeld, assinada também pelo dramaturgo, Motti Lerner (autor da peça ‘O assassinato de Itzhaq’, sobre a morte do premiê Itzhaq Rabin), a carta que é dirigida ao presidente Reuven Rivlin, ao procurador-geral Avichai Mendelblit, à presidente da Suprema Corte, Esther Hayut e ao chefe do Serviço de Segurança, Nadav Argaman, afirma:
“Aparentemente, ele tem um único objetivo – quebrar os protestos contra si”, diz a carta, referindo-se às tentativas de barrar as manifestações em Jerusalém e por todo o país, que já transcorrem há mais de 10 semanas consecutivas, usando como pretexto a recidiva da Covid-19, resultante de sua própria negligência para com a pandemia.
Ele enviou uma lei proibindo os protestos no país, mas ela foi derrotada no Knesset, o parlamento israelense.
A carta destaca:
“Nós, autores, roteiristas e dramaturgos, assistimos em horror, a forma pela qual o acusado trabalha persistentemente, com sofisticação e deliberação, para demolir a domínio da lei, as instituições legais e jurídicas em uma tentativa de evadir de seu julgamento. Estamos também conscientes de seus esforços para preparar uma válvula de escape através de uma lei que impediria uma pessoa condenada por crimes de ser afastada de sua posição como premiê.
“A conduta do acusado e seus associados, do dia em foi indiciado até este ponto, atesta com milhares de testemunhas que esta pessoa não é mais capacitada a servir como chefe do governo de Israel e que as condições foram atingidas para a emissão de uma opinião legal acerca dele, declarando que ele é essencialmente incapacitado para preencher o seu papel atual.
“Vemos em vocês o último obstáculo a se colocar diante do réu na medida que ele faz de tudo o que pode para estilhaçar as instituições democráticas. Todo dia em que ele se mantém constituído traz Israel mais próximo do desastre, algo como jamais vimos e esperamos nunca mais veremos.
“Nós, portanto, instamos os senhores a reunirem a coragem e a declararem o réu em estado de incapacidade no que se refere ao seu papel de primeiro-ministro de Israel”.
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