Merkel e governadores acham que o fechamento contínuo pode prejudicar saúde mental das crianças

Dez dos 16 estados da Alemanha retomaram as aulas do ensino fundamental nesta segunda-feira (22), depois de quase dois meses da paralisação destas atividades devido às medidas impostas pelo governo alemão para conter a pandemia de Covid-19. Também foram reabertas as creches.

Além desses dez estados que retomaram as aulas presenciais nesta segunda-feira, Saxônia e Baixa Saxônia já havia reaberto as escolas. Com isso, apenas quatro estados ainda mantêm as escolas fechadas: Bremen, Hamburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Saxônia-Anhalt.

O ano letivo tivera início no início de setembro com a reabertura das escolas, mas a alta no número de novos casos da Covid-19 no final do ano passado forçou as autoridades alemãs a paralisarem as aulas presenciais na maior parte do país.

A decisão de reabrir as escolas para as crianças mais novas foi tomada na última reunião entre a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e os governadores dos estados alemães, na semana passada.

Para a deliberação, Merkel e a maioria dos governadores consideraram que o fechamento contínuo e demasiado das escolas iria comprometer o desenvolvimento educacional e prejudicar a saúde mental das crianças, como registrou o Deutsche Welle.

Um dos principais fatores do crescimento das infecções ali detectado seriam as variantes mais contagiosas que se espalharam pelo país. O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, expressou sua frustração com a nova alta nos contágios. “É irritante, está irritando todo mundo”, disse. “Também traz certa incerteza, e é por isso que cautela, testes e vacinação devem seguir na pauta agora enquanto avançarmos.”

A reabertura das escolas foi defendida ainda pela ministra da Família da Alemanha, Franziska Giffey, em entrevista à emissora pública alemã ZDF. Ela propôs a inclusão de funcionários de instituições de ensino e de creches na lista prioritária de vacinação.

Também a ministra da Educação, Anja Karliczek, expressou apoio à antecipação do cronograma de vacinação para os professores e educadores.

O que foi contestado pelo integrante do conselho da Fundação Alemã para Proteção do Paciente, Eugen Brysch, que advertiu que a antecipação, em detrimento de pessoas vulneráveis e grupos de risco,” custaria vidas”.

Na semana de decisão sobre a reabertura das escolas, a Alemanha registrara uma leve queda contínua nas taxas de infecção em todo o país. No entanto, essa tendência sofreu uma reversão e na segunda-feira o país registrou um aumento dos novos casos pelo terceiro dia consecutivo.

Já há estados vacinando os professores. O estado de Baden-Württemberg começou a vacinação dos educadores nesta segunda-feira. “Já decidimos que vamos vacinar educadores e professores, que vamos dar o exemplo”, afirmou o secretário da Saúde do estado, Manfred Lucha.