China: missão da OMS chega ao Instituto de Virologia de Wuhan

Integrantes da missão da Organização Mundial de Saúde (OMS) a Wuhan – onde foi pela primeira vez detectado o vírus causador da Covid-19 – consideram “improvável” que o vírus tenha se espraiado a partir de qualquer tipo de vazamento do laboratório de Wuhan.

A missão da OMS esteve no laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan na quarta-feira (3). A partir daí, o vice-diretor do Instituto Pasteur de São Petersburgo, na Rússia, Vladimir Dedkov, doutor em epidemiologia, um dos integrantes da equipe, afirmou que o equipamento do laboratório de Wuhan é excelente e que é “difícil imaginar um vazamento de vírus daqui”.

“É claro que foi importante para nossa missão visitar o laboratório, conversar com colegas, ver como tudo está organizado”, prosseguiu Dedkov.

A equipe reitera que o laboratório tem Nível de Biossegurança 4 (BSL4), concentra o maior nível de segurança na China, e que está de acordo com as especificações de segurança e grau de vedação.

Peter Daszak, outro membro do grupo de especialistas da OMS, explicou que conhece o laboratório e tem assistido a resultados de pesquisas científicas excelentes que foram obtidos lá. Peter acredita que as pesquisas relacionadas ao laboratório estão muito próximas da verdade sobre o vírus, inclusive sua detecção e combate, sendo “bastante irônico” que, por isso, as acusações que alguns fazem ao laboratório, buscando levá-lo ao descrédito.

A equipe está também em visita ao mercado especialista em frutos do mar de Wuhan para examinar o seu funcionamento e profilaxia. Sobre o mercado de Wuhan, Dedkov esclarece: “não há provas de que o novo coronavírus tenha se originado ali, poderia ter se originado em outro lugar”.

Portanto, a equipe deu uma avaliação positiva ao Laboratório de Virologia de Wuhan, que foi desacreditado por pessoas mal-intencionados.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, afirmou que o grupo de especialistas da OMS teve discussões importantes e relevantes com o lado chinês e que esses fizeram também visitas a hospitais, mercados e centro de controle de doenças e contágios, enriquecendo o trabalho relacionado à investigação. “A China manterá, como sempre, uma atitude aberta, transparente e responsável e continuará a cooperar com a OMS”, acrescentou.

A China conseguiu deter a epidemia com as menores consequências possíveis para a sua população. Mais do que isso, em menos de dez dias após o primeiro caso identificado da nova doença, o mapeamento do genoma do novo vírus já estava feito.

Vinte e quatro horas após o primeiro caso identificado, a China informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a existência de casos de uma nova doença desconhecida.

O dr. Li Wenliang, ao informar, no WeChat (rede social chinesa), no dia 30 de dezembro, que havia identificado um caso de SARS, estava equivocado.

Não era um simples vírus SARS conhecido. Os monopólios mentiram dizendo que ele foi preso e censurado por ter revelado o primeiro caso de coronavírus. Não aconteceu nem uma coisa nem outra. A primeira a revelar que se tratava de um novo coronavírus foi Zhang Jixian, premiada no dia 6 de fevereiro. Não houve censura nenhuma. O médico confundiu o quadro como sendo SARS estava com uma informação equivocada.

Já no dia 31 de dezembro, menos de 24 horas depois do primeiro caso relatado, a China já informava a OMS sobre uma doença desconhecida. O mapeamento genético do novo vírus começa no dia 2 de janeiro, isto é, três dias depois do médico falar no WeChat sobre SARS. No dia 9 de janeiro, o mapeamento do genoma do novo vírus já estava feito. No dia 21 do mesmo mês, o governo já falava da epidemia do coronavírus e anunciava medidas para combater. Um hospital de mil leitos foi construído em dez dias.

Dia 24 de janeiro, o bloqueio total nas áreas infectadas é instituído. Menos de trinta dias transcorreram entre descoberta, mapeamento do vírus, formulação e aplicação das políticas corretas e contenção da infecção.

Portanto, parece, no mínimo, piada, falar que o governo chinês – que tomou todas essas medidas nesse espaço de tempo, tentou abafar a epidemia ou tenha deixado “escapar” um vírus de seus laboratórios. Poucos países do mundo agiram de forma mais rápida e eficiente como a China.