Jorge Vélez, chefe da área crítica do Hospital Pablo Arturo Suárez (HPAS), de Quito, recebe a 1ª vacina 

A vacinação contra a epidemia do coronavírus no Equador iniciou nesta quinta-feira (21) com a aplicação da primeira dose no Hospital Pablo Arturo Suárez, do norte de Quito, logo depois que o país recebeu sua primeira remessa da Pfizer. Em cerca de onze meses, o país de 17,6 milhões de habitantes tem confirmados 236 mil contagiados e 14.600 óbitos.

As primeiras 8.000 doses que chegaram na quarta-feira (20) haviam trazido sérias dúvidas em relação a desvios, corrupção e manipulação de critérios utilizados na sua aplicação. Diante das pressões, o governo de Lenin Moreno precisou enviar um comunicado comprometendo-se com os servidores da saúde e, conforme o plano piloto exposto anteriormente, a priorizar a lista de distribuição.

Da mesma forma, como parte do mesmo plano, a vacina será administrada nos centros geriátricos para os idosos que se encontrem em situação mais vulnerável, assim como os trabalhadores destes centros.

Com o objetivo de estimular a campanha de vacinação, o ministro da Saúde, Juan Carlos Zevallos, de 63 anos, confirmou que receberá sua dose “em Guayaquil, em homenagem a todas as pessoas, todo o pessoal da saúde que sofreu com esta doença”. “Muitos deles faleceram, mas hoje há uma esperança”, comemorou.

Cidade portuária, capital econômica do país, Guayaquil já em maio do ano passado tinha mais de um terço dos seus 2,7 milhões de habitantes contaminados, com os óbitos se multiplicando e cenas de cadáveres se espalhando pelas ruas.

Neste momento o coronavírus vem se espalhando de forma indiscriminada por todas as 24 províncias equatorianas, com o país registrando mais de mil casos positivos de covid-19 por dia, com um aumento descontrolado da demanda por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O governo anunciou que investirá a partir de agora US$ 200 milhões na aquisição de vacinas, que serão entregues até setembro ou outubro, para imunizar a cerca de nove milhões de habitantes, o equivalente a 60% do país andino.

Segundo o Ministério da Saúde, quatro milhões de doses serão adquiridas do consórcio Pfizer-Biontech, quatro milhões da britânica AstraZeneca, doze milhões da iniciativa Covax, coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).