Obrador, presidente do México, também se nega a sancionar a Rússia, como quer a Casa Branca

“É imoral”, declarou o presidente do México ao condenar o envio de armas à Ucrânia com a finalidade de estender ao máximo a continuidade do conflito no país.

López Obrador disse que aqueles que enviam armas para Kiev – referindo-se aos Estados Unidos, Inglaterra e outros governos europeus igualmente submissos a Washington – estão ajudando a acumular mortes dos dois lados.

“Como é fácil dizer: ‘Estou mandando tanto dinheiro para armas, eu forneço as armas e você fornece os mortos’. É imoral!”, afirmou ele, acrescentando que “essa política não deve mais continuar”, alegando que é conduzida pelas “elites” e não pelo “povo”.

O México recusou-se a participar da onda das sanções ocidentais contra a economia da Rússia e nega-se a transferir armas para Kiev. López Obrador declarou no mês passado que seupaís busca “permanecer neutro” em relação ao conflito, apesar da pressão de Washington, cujo embaixador no país, Ken Salazar, exortou anteriormente as autoridades mexicanas a “serem solidárias com a Ucrânia”.

A Otan continua seus esforços para armar a Ucrânia, com o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, informando esta semana que Kiev receberá armas pesadas adicionais.

“A Ucrânia precisava de mais armas pesadas e os aliados e parceiros da Otan forneceram armas pesadas […]. E eles também estão intensificando sua ação”, afirmou.

Na terça-feira (14), o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que sediou uma reunião entre Stoltenberg e outros seis membros da Otan, apoiou essa posição, insistindo que “é crucial que a Rússia perca a guerra” e que o bloco militar sob mando dos EUA deve “permanecer unido”.

“Como não podemos ter um confronto direto entre as tropas da Otan e a Rússia”, confessou Rutte , “o que precisamos fazer é garantir que a Ucrânia possa lutar essa guerra, que tenha acesso a todo o armamento necessário”, deixando clara a posição de usar Kiev como bucha de canhão.

EUA fornece bilhões de dólares em armas pesadas e leves desde março a Kiev, o que inclui peças de artilharia, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes (MLRS, na sigla em inglês), drones, helicópteros, bem como mísseis antiblindagem e antiaéreos, entre outros equipamentos.

Nesta quarta-feira (15), Biden, anunciou mais US$ 1 bilhão (R$ 5,1 bilhões) em armas à Ucrânia. Biden falou por telefone com o ucraniano Zelensky para informar das armas e insistir para que a Ucrânia se negue a negociar a paz com a Rússia. Como já disse antes o atual chefe da Casa Branca, o negócio é “deixar a Rússia enfraquecida”.

O pacote inclui equipamentos militares como 18 obuses de 155 mm, 36.000 projéteis de 155 mm, 18 veículos táticos para rebocar obuses, bem como quatro veículos táticos para recuperar equipamentos e peças de reposição.