Engenheiros eletricistas repudiam privatização da Eletrobras
A Coordenação Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica (CCEEE) do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia aprovou uma moção de de repúdio à Medida Provisória (MP) 1031/2021, que viabiliza a privatização da Eletrobras.
A MP foi aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados e agora segue para o Senado. O modelo de desestatização prevê a venda de novas ações no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União.
No documento, aprovado por unanimidade na sexta-feira, os engenheiros eletricistas argumentam que a Eletrobras é uma das maiores empresas de produção e transmissão energia da América Latina e Caribe.
Segundo a moção de repúdio, “engenharia brasileira será fortemente afetada porque o desenvolvimento tecnológico do setor elétrico brasileiro construído ao longo de décadas de investimentos e estudos será transferido para outra empresa, normalmente estrangeira, que usará tecnologias e empresas do seu país de origem. Projetos importantes como a construção do submarino nuclear brasileiro estariam ameaçados, atacando frontalmente a defesa da soberania nacional”, destacam.
A moção será encaminhada à Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep), e depois para o Plenário do Confea. E, se aprovada, será enviada ao Legislativo, Executivo e agências reguladoras.
Criada em 1961, a Eletrobras é considerada uma das principais responsáveis pela formação da matriz energética brasileira, que está entre as mais limpas e renováveis do planeta. Atualmente, a Eletrobras responde por 33% da geração e 47% da transmissão de energia elétrica no país.