O suplente de senador pelo PSL e lobista Alexandre Giordano.

O suplente de senador pelo PSL e lobista do Grupo Léros, Alexandre Luiz Giordano, participou de reunião com a ANDE, estatal de energia do Paraguai, como “representante eleito do governo” Bolsonaro, afirmou o engenheiro paraguaio Pedro Ferreira, que presidiu a ANDE.
Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Paraguai para investigar a negociata por trás do acordo de venda de energia da hidrelétrica de Itaipu, o ex-presidente da ANDE, Pedro Ferreira, disse que Giordano “se apresentou como representante eleito do governo. Disse que poderia conseguir a permissão [do governo Bolsonaro para os acordos], porque era bem relacionado”.
O acordo, que chegou a ser firmado em maio, mas revogado após as denúncias de lobby, é lesivo ao Paraguai. Com ele, o Paraguai era obrigado a comprar mais energia, mesmo que não a utilizasse, levando o país a um dispêndio de US$ 200 milhões em quatro anos.
Além disso, removia um item que estabelecia critérios para a venda de excedente para empresas brasileiras. Sem os critérios, o Grupo Léros já se apressava em negociar, ou seja, comprar, seus privilégios.
É a segunda vez que acusam Giordano de ter feito reuniões com representantes da ANDE como representante de Bolsonaro.
No dia 5 de julho, a filha da ex-ministra da Secretaria de Prevenção de Lavagem de Dinheiro e Bens do Paraguai, María Epifanía Gonzalez, enviou uma mensagem para Pedro Ferreira, que era presidente da ANDE, dizendo que Giordano “vêm em representação da família presidencial do país vizinho” e como representante da Léros.
Segundo Ferreira, o próprio presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o informou que o Grupo Léros estava interessado em comprar energia do Paraguai.
“Já estavam falando que havia pessoas muito bem conectadas que viriam [à tríplice fronteira] com o presidente Bolsonaro no dia 10 de maio”, afirmou Ferreira durante o depoimento.
O escândalo fez com que um pedido de impeachment contra Abdo fosse aberto. O pedido foi arquivado após o cancelamento do acordo de venda de energia entre o Brasil e Paraguai.