O PCdoB realizou, neste sábado (25), seu Encontro Nacional Eleitoral, como forma de seguir na preparação do partido para o pleito municipal deste ano. Realizado de maneira virtual, o evento reuniu mais de 600 pessoas, e contou com a participação da presidenta nacional e ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e com o lançamento de um guia para orientar o trabalho dos comunistas nas eleições (veja abaixo).

Em sua fala, Luciana destacou que a eleição deste ano é um momento central para o acúmulo de forças nos municípios, visando avançar nas conquistas para o povo e para a preparação do campo de esquerda para 2026, bem como para o fortalecimento e enraizamento do PCdoB. 

“Agora é a hora de armarmos as estratégias para a adesão da população ao nosso projeto nos municípios e para termos força para influenciar os rumos das cidades, estados e país”, afirmou. 

Ao tratar da catástrofe vivida pelo Rio Grande do Sul, destacou que, para além da tragédia e dos esforços para enfrentar esse grave momento, “vivemos uma disputa política do que vem acontecendo, com massiva disseminação de desinformação”. 

Tal onda de fake news, disseminada pela extrema-direita, lembrou Luciana, procura valorizar o papel apenas do próprio povo e de empresários supostamente dedicados ao socorro aos atingidos, ignorando propositalmente a atuação do Estado. 

A dirigente destacou que “Lula agiu com liderança desde o começo”, dando uma demonstração de “largueza e de retomada da institucionalidade” ao envolver lideranças dos poderes Legislativo e Judiciário no apoio ao estado. Em momentos como esse, de comoção, é preciso “acentuar a união e isso pode servir para diminuir a divisão” do país, declarou.

Do ponto de vista da política nacional, salientou que Bolsonaro vem buscando reagrupar seu campo político após derrotas importantes, como a sua inelegibilidade e o desmonte da narrativa em torno da tentativa de golpe. 

Por outro lado, apesar de o governo Lula colocar em prática um conjunto de políticas públicas importantes, parte da população não enxerga os avanços obtidos, em função do clima polarizado e das ações da extrema-direita. 

Por isso, defendeu que “precisamos conversar com parcelas que não são do nosso campo e que não são beneficiários dessas políticas”, como forma de reverter esse quadro. E acrescentou: “precisamos nos manter atentos e mobilizados para isolar a extrema-direita”, o que envolve diretamente o processo eleitoral deste ano. 

Por fim, salientou: “temos um rumo, sabemos para aonde levar esse país e as eleições de 2024 são fundamentais nesse movimento, bem como para a disputa de 2026”. 

Cenário eleitoral

Do ponto de vista do cenário eleitoral deste ano, o coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do PCdoB, Davidson Magalhães, ressaltou que apesar das dificuldades, “o momento atual é mais favorável do que o da última eleição municipal, quando havia domínio da extrema-direita”. 

O fato de o Brasil estar experimentando o retorno de políticas que se refletem no cotidiano da população, o fato de o partido estar à frente do MCTI e a federação são aspectos que influenciam positivamente o quadro atual. Por outro lado, a extrema-direita mostra-se resiliente dentro e fora do país, e isso joga contra as forças populares e de esquerda. 

Ele apontou que o partido montou um bom time nessa primeira fase da preparação eleitoral, com a abertura da janela partidária e novas filiações, atraindo lideranças. 

Magalhães pontuou que a concentração das candidaturas proporcionais é fundamental para o sucesso eleitoral. E salientou que é preciso “combinar os esforços de revigoramento do partido com o processo eleitoral, como forma de fortalecer o PCdoB”. Neste sentido, a unidade entre candidatos e mandatos e as direções locais é essencial. 

Como próximos passos do GT, destacou uma nova rodada de balanço eleitoral junto aos estados e definição sobre o fundo eleitoral, em junho, para agilizar o planejamento das campanhas. E apontou o Guia Eleitoral como ferramenta importante para ajudar nas campanhas (veja abaixo)

Unidade e militância

A secretária de Organização, Nádia Campeão, afirmou que o partido, sua unidade, quadros e militância são fatores decisivos para a vitória eleitoral. “É claro que é em torno do candidato que se forma o movimento para a eleição, mas sem o envolvimento do partido e sua militância, a vitória é mais difícil”, enfatizou.

Ela salientou, ainda, que o PCdoB é um partido completo, por estar presente no governo federal, na Câmara, em parlamentos, governos e movimentos sociais e por ser respeitado, sobretudo, nos campos político e social, bem como no âmbito da Justiça Eleitoral. “Temos esse patrimônio extraordinário. E na medida em que temos projeto e unidade, isso multiplica a possibilidade de resultados”, argumentou. 

Considerando esse quadro, ressaltou que as direções e os candidatos e candidatas devem se dedicar à mobilização “ampla e forte para atingir largas camadas da população”, de maneira a buscar votos na sociedade e romper com as bolhas hoje existentes, buscando também setores com afinidades de ideias. 

Nádia apontou ainda a importância das organizações de base nesse processo: “Vamos colocar o partido em movimento de forma organizada. Esse movimento é indispensável”. 

Para a dirigente, é preciso “concretizar a unidade entre partido e candidatos para que os mandatos sejam instrumentos de luta do partido, para elegermos homens e mulheres que vão lutar em defesa do povo brasileiro e ajudar a construir o nosso projeto de país”. 

Acesse abaixo o Guia Eleitoral