Encontro Nacional de Organização divulga orientações gerais discutidas com direções estaduais
Entre 2 e 5 de fevereiro, ocorreu o Encontro Nacional de Organização do PCdoB, em São Paulo, com a presença de 80 participantes de diversos estados.
O objetivo central do Encontro foi preparar e organizar o trabalho de direção do Partido em 2023, e preparar as bases de atuação para 2024, ano em que se realizarão eleições municipais.
Os debates se deram em torno do tema do revigoramento partidário, a partir da aplicação das resoluções do 15o.Congresso; das diretrizes para as Conferências do segundo semestre de 2023, a renovação das direções; o fortalecimento dos Comitês Municipais para constituição da Federação e a participação nas eleições municipais de 2024; o aperfeiçoamento do trabalho junto à juventude; e o lugar político das finanças na estruturação partidária.
Raiz na realidade
Segundo a Secretária Nacional de Organização do PCdoB, Nádia Campeão, foi importante reunir dirigentes estaduais e municipais, presencialmente, para organizar o trabalho de direção do partido ao longo de 2023, com vistas às eleições municipais de 2024.
“Nesta primeira etapa, o objetivo do PCdoB é participar e apoiar o governo Lula nas transformações que o Brasil precisa, assim como fortalecer e o revigorar nosso partido”, afirmou Nádia.
De acordo com o relato da dirigente, ficou consensuada a necessidade de avançar o trabalho popular nas comunidades, a partir do vínculo da direção com as bases. “O PCdoB é uma força transformadora e revolucionária, de grande influência política, que precisa estar mais enraizada na realidade do povo”, resume ela.
“Sem trabalho de base, nossa ação de partido se resume à agitação política e a disputa do voto na dependência de recursos cada vez maiores”, alerta Nádia.
O que foi enfatizado no encontro, segundo Nádia, é a convergência entre a influência e prestígio acumulado pelo partido com o reflexo nas lutas do povo. “O que está sendo dito, aqui, é que precisamos ter uma força real e concreta, de base e de massa, à altura e mais próxima disso”, explicou, enfatizando o desafio a ser assumido em todos os estados num momento de forte polarização e divisão social.
Nova cara na sociedade
Para o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, foi importante reunir os dirigentes para atualizar as linhas políticas e de organização, e relançar o Partido, diante da profunda mudança que se anuncia com o espaço aberto com o início do Governo Lula.
“O partido ampliou o espaço para chegar ao povo, se organizar mais e melhor e ajudar o Governo Lula com o programa vitorioso de governo”, afirmou. Para desafio dessa dimensão, ele considera fundamental definir prioridades e foco numa política nacional de fortalecimento da atuação de base.
Ele admite que este não é apenas um problema organizativo, mas também político. No entanto, as novas condições são mais favoráveis e será necessário reconquistar a confiança dos que se afastaram do campo progressista.
Ao contrário do governo Bolsonaro que se reduziu a um debate ideológico estéril, Sorrentino acredita que Lula vai causar impacto com medidas concretas de melhoria da vida do povo, desde o primeiro dia de governo.
Sorrentino apresentou as linhas de força que são importantes de coesionar a direção partidária. Ele citou uma construção da identidade política do PCdoB no governo Lula, uma política de quadros que se aproxime e dialogue mais diretamente com a militância, empreender uma estratégia de massas criativa de acordo com as demandas das novas lutas sociais, sem perder a musculatura programática do PCdoB.
O raciocínio evolui para uma quarta linha de força que é a necessidade do enraizamento na base social, de forma territorializada e setorizada para que o ideário comunista ganhe concretude aos olhos da sociedade. Esta reflexão se liga a necessidade de uma Comunicação partidária à altura dos desafios contemporâneos.
Para o dirigente partidário, é preciso que o debate ocorrido no Encontro se reflita numa nova cara do PCdoB na sociedade, por meio da operação que ocorrerá dentro e fora de suas estruturas. “Servir ao povo é o que precisamos fazer junto à base da sociedade, sobretudo nos grandes centros urbanos, para derrotar o bolsonarismo e fortalecer-nos, inclusive eleitoralmente”.
A partir do amplo debate ocorrido nos quatro dias, foram apresentadas as seguintes orientações:
1 – Desenvolver uma Política Nacional de Fortalecimento do PCdoB nas bases, articuladora de ações em todos os níveis partidários, de todas as frentes, de forma integrada e concreta.
2 – Mobilizar diretamente os Comitês Estaduais e estes, os Municipais, para as pautas políticas, organizativas, sociais e pré-eleitorais, com vistas às Conferências Nacionais de 2023, através da realização de Caravanas, Encontros e Reuniões no primeiro semestre.
3 – Preparação e fortalecimento dos Comitês Municipais para as Conferências ordinárias e para participação nas eleições de 2024: a constituição da FEBrasil nas cidades, a regularização dos Comitês, a definição de metas de mobilização e crescimento, a ampliação e consolidação da base de contribuintes no Sincom.
4 – Elevar e intensificar o trabalho dos órgãos dirigentes principais – estadual, da capital e cidades-pólo: mais coesão, mais trabalho coletivo, mais dinamismo. Preparar antecipadamente a proposta de novas direções, garantindo o núcleo político-executivo com as tarefas e os quadros adequados. Examinar concretamente a redução do tamanho dos comitês, comissões políticas e comissões executivas. Acompanhamento da direção nacional junto aos Comitês Estaduais que apresentem dificuldades na implementação da agenda partidária.
5 – Acompanhamento próximo do trabalho de Juventude por parte dos Comitês Estaduais. Ativar ou implementar a estrutura de direção composta por: dirigentes estaduais (presidente, secretário (a) de organização e secretário (a) de juventude), mais os coordenadores da UJS e da JPL, mais os presidentes das entidades estudantis dirigidas pelos comunistas, mais o coordenador da CTB jovem. Debater a pauta política e da juventude para 2023; em especial, a preparação para o Congresso da UNE (julho). Iniciar de imediato a base da política de quadros da juventude, com a listagem e acompanhamento dos quadros, contato individual e a integração no processo das Conferências/novas direções. Ação coordenada pelos departamentos de quadros, onde houver, e pela secretaria de organização do partido.
6 – Garantir que nas múltiplas ações que irão se realizar desde agora, o chamamento para ingresso no Partido – FILIE-SE AO PCdoB! , deve ser constante e planejado, contando com o apoio da comunicação, inclusive a partir das inserções de TV a que o Partido tem direito. O mesmo deve ser feito em relação às contribuições de todos os militantes, como fator de sustentação material, compromisso ideológico-partidário, e condição para participar das reuniões, cursos, seminários e conferências do Partido.