O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais localizou na segunda-feira (2) a ossada da 265ª vítima do desabamento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais.

Nesta terça-feira (3), a Polícia Civil afirmou que “foi acionada e, com a remoção dos segmentos encontrados, adota todas as providências cabíveis para a devida identificação da vítima”. De acordo com a polícia, trata-se do engenheiro de produção Luis Felipe Alves. Na época da tragédia, o jovem natural de Jundiaí, em São Paulo, tinha 30 anos e trabalhava na mineradora privatizada.

O rompimento da barragem, em 25 de janeiro de 2019, deixou 270 pessoas mortas. Cinco delas ainda permanecem desaparecidas.

Segundo os bombeiros, o segmento corpóreo foi encontrado em um espaço denominado “Esperança 1”. Depois, foi feita uma busca especializada, que resultou na localização da ossada.

“Em meio à atuação de maquinário, foi identificado um segmento. Então, todos os esforços foram destinados para esse local, encontrando uma ossada com aproximadamente 40 segmentos. Daremos continuidade aos trabalhos nos próximos dias buscando novos encontros”, afirmou o tenente Sandro Aloísio Matilde Júnior, do Corpo de Bombeiros.

Cinco vítimas da tragédia de Brumadinho seguem desaparecidas. São elas:

Cristiane Antunes Campos

Maria de Lurdes da Costa Bueno

Nathalia de Oliveira Porto Araújo

Olímpio Gomes Pinto

Tiago Tadeu Mendes da Silva

A barragem de rejeitos de mineração da Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho, rompeu em 25 de janeiro de 2019, causando destruição e ceifando vidas de trabalhadores e moradores da região.

No dia 1 de maio, familiares e amigos das vítimas da Vale prestaram homenagens e condenaram a impunidade do caso. Até hoje, ninguém foi sentenciado pelo desabamento da barragem.

Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou o indiciamento de executivos da Vale pela Justiça de Minas Gerais e federalizou o caso. Depois do recurso do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), a decisão a respeito do julgamento acabou no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os manifestantes exibiram faixas e fotos de todas as vítimas, exigindo rapidez no processo. Além disso, pediram ao ministro do STF, Edson Fachin, relator do caso, que devolva o processo para a Comarca de Brumadinho.

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) relembrou que relatório de investigação da Polícia Federal (PF), a CPI de Brumadinho conduzida pela ALMG e os laudos internos atestaram que a cúpula da empresa tinha conhecimento dos riscos e atuou de forma omissa e irresponsável, como apontam a PF e o MP nas investigações.