A Boliviana de Aviação (BOA) teve lucro de US$ 21,37 milhões no 1º semestre

O faturamento das empresas públicas bolivianas, excluindo a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales), registrou um acréscimo de 71% no primeiro semestre deste ano, diante do mesmo período de 2020, quando a “direita golpista” desmantelou, paralisou e incorreu em graves atos de corrupção, informou María Nela Prada, ministra da Presidência do país andino.

Em entrevista ao jornal Ahora el Pueblo, nesta terça-feira (10), a autoridade denunciou que o governo de Jeanine Áñez não somente buscou a paralisação das companhias estatais, mas o seu fechamento e posterior eliminação, na tentativa de reduzir o Estado à sua mínima expressão e obter frutos para seu grupo com esquemas de privatização acelerada.

Com este objetivo de privatizar e desnacionalizar, como denuncia Prada, foram causados inúmeros danos aos equipamentos e à maquinaria das fábricas de cimento de Oruro; de ureia em Cochabamba; da Empresa de Embalagens de Vidro da Bolívia (Envibol); sobotagem ao projeto do parque eólico La Ventolera em Tarija; ao plano de exploração da YPFB; aos empreendimentos de apicultura e de cítricos em Chuquisaca; à Empresa Açucareira San Buenaventura (Easba) em La Paz, entre outros.

Prada destacou que todos os projetos de investimento de empresas públicas que vinham sendo desenvolvidos foram paralisados.

Contratos com pequenos produtores tiveram um ponto final para favorecer grandes empresas privadas no abastecimento a programas alimentícios, ao mesmo tempo em que rotas da companhia Boliviana de Aviação (BoA) foram suspensas em benefício de empresas estrangeiras, o que lhe causou enormes prejuízos. Dando a volta por cima, de janeiro a junho, a BoA teve um lucro de US$ 21,37 milhões.

Além disso, condenou a ministra, também foram detectadas inúmeras irregularidades na compra de trigo, fertilizantes e contratação de pessoal, entre outros.

O informe de Prada apontou ainda que até outubro de 2020 a produção de ureia despencou 100%, a de carbonato de lítio 65%, e o de cloreto de potássio 42%, com um impacto negativo na economia boliviana e na de suas famílias.

Em relação à exportação de hidrocarbonetos, a autoridade afirmou que a assinatura do oitavo aditivo ao contrato com a Petrobras, firmado pelos golpistas em 6 de março de 2020, estabeleceu novas condições nas quais o custo do transporte do volume do gás natural boliviano comercializado ao Brasil passava a ser assumido pela YPFB e não pela companhia brasileira, como estabelecia o acordo anterior, o que provocou um prejuízo econômico ao Estado – e lucro aos acionistas – de cerca de US$ 71 milhões.

Por outro lado, esclareceu, a Empresa Minera Vinto (EMV) aumentou sua receita em 59%, com uma melhora de Bs 300 milhões (US$ 43,32 milhões) e o Reservatório de Lítio Bolivianos (YLB) aumentou suas vendas de carbonato de lítio em Bs 42 milhões (US$ 6,06 milhões).

Diante dos fatos, a ministra da Presidência ressaltou que o governo do Presidente Luis Arce Catacora está promovendo a reconstrução integral da economia, das empresas e de outros setores por meio de políticas públicas aplicadas no marco do Modelo Social Econômico Comunitário Produtivo implementado desde 2006 com os resultados mais significativos na América Latina para a redução da pobreza e da desigualdade.