Empresa obriga operários a trabalhar: 1.000 pegam Covid e 36 morrem
“Enquanto o dono da empresa Tyson Foods tornou-se US$ 600 milhões mais rico durante a pandemia, 1.000 de seus trabalhadores foram infectados com Covid-19 porque foram forçados a voltar ao trabalho em unidades inseguras e insalubres enquanto os diretores da empresa apostavam em quantos ficariam doentes. Temos que pôr um fim nesta nefasta ganância”, denuncia o senador democrata por Vermont, Bernie Sanders.
A denúncia foi formulada por Sanders, em 19 de novembro, assim que ele soube da ocorrência que levou à morte do operário Isidro Fernandez, que trabalhou em uma das unidades da empresa e que além dele outros 35 foram a óbito após contraírem a doença.
“36 trabalhadores morreram. As condições eram tão más que ‘chocaram profundamente’ um xerife local. Por isso não voto a favor de uma licença que permita às corporações para que possam causar dano aos trabalhadores. Temos de fazê-las responder por isso”, acrescentou o senador.
A Tyson acabou sendo processada por causar a morte do trabalhador Isidro Fenandez. No processo, o principal acusado é o diretor da unidade, Tom Hart, que organizou o macabro bolão pelo qual os demais diretores apostaram em quantos dos funcionários obrigados a trabalhar em condições de aglomeração em uma unidade de embalagem de carne de porco, na cidade de Waterloo, no Estado de Iowa, ficariam doentes. Os trágicos acontecimentos ocorreram no período do final de março a início de abril.
A primeira denúncia foi formulada pelo xerife do condado de Black Hawk, Tony Thompson, após sua visita à empresa junto com funcionários do setor de saúde.
Segundo Thompson, que se disse “profundamente chocado” os trabalhadores estavam amontoados e muitos sem proteção facial. No processo está dito que a empresa foi instada pelo xerife a fechar a unidade, mas que isto não foi atendido.
Diz ainda o processo, que à medida que os funcionários de Waterloo ficavam doentes, outros eram transferidos para lá de demais unidades da empresa, sem qualquer teste de Covid “piorando a propagação do vírus”.
A empresa acabou fechando a unidade de Waterloo, mas somente depois de tomar conhecimento do processo.