O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decretou situação de emergência no estado
devido ao novo coronavírus (Covid-19) nesta segunda-feira (16). Ele fez o anúncio durante
entrevista coletiva no Palácio Guanabara, onde está sendo montado o gabinete de crise para
controle da doença.
Witzel também afirmou que os governadores decidiram, em conjunto, pedir R$ 50 bilhões à
União para os Estados conseguirem lidar com o problema.
O estado de emergência se caracteriza pela iminência de danos à saúde e aos serviços
públicos. Durante a coletiva, o governo não explicou o que será feito com o decreto de
emergência e afirmou que não há uma duração estimada.
“Aperfeiçoamos o decreto da semana passada para declarar situação de emergência no Estado
do Rio de Janeiro, de forma a justificar todas as medidas que estamos tomando neste
momento. Faço um apelo, mais uma vez, para a população do nosso estado, principalmente
aos jovens. Estamos tentando evitar o que houve em outros países, com muitas mortes, como
Itália e Espanha. Se agirmos como outros países agiram, esvaziando as ruas, conseguiremos
conter a proliferação do vírus”, disse Witzel ao anunciar o decreto.

Ele passou o dia reunido com representantes de setores como shoppings, supermercados e
restaurantes. Ficou acertado, segundo ele, que as lojas de shoppings serão totalmente
fechadas e as praças de alimentação funcionarão em apenas um terço de seu padrão diário.
Segundo o governador, com o decreto, fica mais fácil a contratação e compra de
equipamentos para o combate ao novo coronavírus. O Rio de Janeiro tem um paciente com
estado de saúde muito grave devido à contaminação. Trata-se de um médico de 65 anos que
está internado num hospital da rede privada.
O Rio atualmente tem 31 casos confirmados. Para Witzel, o Rio precisará, no âmbito da Saúde,
de cerca de R$ 1 bilhão para lidar com o problema.
FÓRUM DE GOVERNADORES
O governador fluminense informou que os governadores solicitarão um repasse de R$ 50
bilhões do governo federal para apoiar o combate ao coronavírus em todo o país. “Não há
como suportar a crise econômica de arrecadação dos estados sem que a União venha socorrer.
É a única que tem recursos”, disse o governador do Rio de Janeiro.
A discussão sobre a quantia está sendo feita por meio de um fórum virtual entre os
governadores estaduais.
Ainda segundo Witzel, o governo estadual vai liberar uma linha de crédito de financiamento no
valor de R$ 320 milhões para micro, pequenas e médias empresas fluminenses, com carência
de 12 meses. O objetivo da iniciativa é compensar os eventuais prejuízos em virtude da
diminuição da atividade econômica no Rio de Janeiro por causa das medidas de contenção ao
Covid-19.
FIQUEM EM CASA
O governador e o secretário de estado de Saúde, Edmar Santos, voltaram a pedir para que a
população siga as recomendações das autoridades e se desloquem o menos possível pelas
ruas, permanecendo em casa.
“Este é um momento de união e de pensar nos mais velhos, porque eles vão sofrer primeiro.
Esta é uma questão humanitária. Por isso, peço ao povo fluminense que se conscientize. Quem
pode morrer são os mais velhos, são nossos pais, nossos avós. Por isso, sigam as nossas
recomendações e fiquem em casa”, solicitou Witzel.
O secretário de Saúde completou. “Hoje, estamos com 31 casos confirmados no Rio de Janeiro,
sendo um paciente em estado grave. Ele já apresentou uma pequena melhora das últimas
horas, mas ainda segue muito grave no CTI. Mas o problema não é esse hoje. Há um mês, a
Itália estava na situação que estamos hoje e, um mês depois, está nesta tragédia humanitária.
As ruas do país estão vazias, mas só estão assim após a morte de mais de 1.800 pessoas. É
preciso que a gente consiga fazer que as ruas do Rio de Janeiro fiquem vazias hoje enquanto
não morreu ninguém. Este é o nosso desafio”, finalizou Edmar.
TRANSPORTE PÚBLICO

O governador Wilson Witzel (PSC) disse, na manhã desta terça-feira, que vai determinar a
redução da metade da lotação dos passageiros nos meios de transportes do estado. A
determinação será feita por decreto, que será publicado ainda hoje.
“Estou determinando a redução de 50% da capacidade de lotação e, quando possível, que as
janelas estejam destravadas, de ônibus, barcas, trens e metrôs”, disse, em entrevista à TV
Globo. A ideia é reduzir a grande aglomeração das pessoas.