Funcionários da empresa protestaram contra demissões no último dia 19.

Cerca de cem funcionários da Embraer foram demitidos na última semana (quarta-feira, 18), de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP). A entidade denuncia que o processo de venda da Embraer já levou à demissão de 300 pessoas, apenas em dezembro.
O clima entre os funcionários da empresa já era de tensão com o anúncio de que, após a incorporação da Embraer pela Boeing, a empresa iniciaria férias coletivas para todos os empregados a partir do dia 23 de janeiro. Agora, com as demissões às véspera do Natal, os funcionários temem pelos empregos e desmonte da empresa.
No último dia 19, os trabalhadores fizeram um protesto contra as demissões em frente à fábrica, na entrada do primeiro turno, e atrasaram o início do trabalho em quase uma hora. O primeiro turno possui cerca de 2.500 funcionários.
“Os trabalhadores não merecem esse pacote de demissões no Natal. A manifestação foi, principalmente, para mostrar a insatisfação dos trabalhadores e expor a falta de compromisso da Embraer e da Boeing com a sociedade”, afirmou o diretor do sindicato Herbert Claros.
“Exigimos que o poder público se manifeste contra a entrega da Embraer, que representará para o país a perda de tecnologia, soberania e empregos”, salientou Hebert.
Na semana passada, o sindicato enviou uma carta cobrando de Bolsonaro o veto à venda da Embraer para a companhia norte-americana. A entidade também enviou o documento aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, para que intercedam e recomendem o veto à venda da Embraer.
“É sabido que o tipo de produto e tecnologia gerado nas fábricas da Embraer necessita de constantes investimentos. Se com tal crise a direção da Boeing já sinaliza que não investirá na planta do Brasil, o que restará em um futuro muito próximo serão fábricas de peças e componentes de aviões. Acaba-se, assim, com a indústria brasileira que hoje domina todas as etapas da produção de aeronaves”, afirmam os dirigentes sindicais na carta.