Embaixada da China: "Ataques dos EUA à empresa chinesa são intento “sabotar a parceria sino-brasileira”

A embaixada da China no Brasil denunciou os intentos dos Estados Unidos em “sabotar a parceria sino-brasileira” ao refutar os comentários maliciosos sobre a empresa chinesa de telecomunicação Huawei do porta-voz da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Tobias Bradford, no sábado (7).

Bradford emitiu, na sexta-feira, uma declaração após a visita ao Brasil do conselheiro de Segurança norte-americano, Jake Sullivan, na qual afirma que, em relação à tecnologia 5G, os EUA continuam a ter “fortes preocupações” sobre o papel potencial da Huawei na infraestrutura de telecomunicações do Brasil, bem como em outros países ao redor do mundo.

Em resposta, o representante da embaixada chinesa manifestou “forte insatisfação e veemente objeção a esse tipo de comportamento que busca publicamente coagir os outros países na construção do 5G e sabotar a parceria sino-brasileira”.

“Os ataques dos EUA à segurança da tecnologia 5G e às empresas chinesas são mal-intencionados e infundados. Seu verdadeiro objetivo é difamar a China e cercear as empresas chinesas de alta tecnologia com a finalidade de preservar seus interesses egoístas de supremacia americana e buscar o monopólio na ciência e tecnologia”, disse o porta-voz.

“Nos últimos trinta anos, a Huawei construiu mais de 1.500 redes de telecomunicação em mais de 170 países e territórios, atendendo a mais de um terço da população global, e não teve, sequer, um único incidente de segurança’, prosseguiu a representação chinesa.

“Aliás”, declarou ainda, “nenhuma prova foi apresentada que aponte a existência de um suposto ‘backdoor’ (saída velada) em produtos da empresa. As soluções 5G da Huawei são avançadas e seguras, fato reconhecido pela maioria das operadoras do mundo. Com 22 anos de atuação no Brasil, a Huawei criou mais de 16 mil postos de trabalho, mantém boa cooperação com mais de 500 empresas brasileiras e fornece equipamentos a quase metade das redes de telecomunicação e 40% da rede núcleo do país, atendendo a 95% da população brasileira. Seus produtos e serviços são altamente reconhecidos pelo mercado”.

Afirmando que os Estados Unidos são reconhecidos como o maior “império de hackers” do mundo e uma ameaça real à cibersegurança global, a Embaixada da China destacou que “durante muito tempo, agências de inteligência dos Estados Unidos conduziram, em grande escala e de forma organizada e indiscriminada, atividades de vigilância e espionagem cibernéticas contra governos, até mesmo dos seus aliados, empresas e indivíduos estrangeiros, com graves violações da privacidade e da segurança de terceiros. Sem nenhuma base factual, os EUA abusam do seu poder de Estado para difamar, por qualquer meio, as empresas chinesas de alta tecnologia. Este grosseiro ato hegemônico já foi e continua sendo criticado amplamente pela comunidade internacional”.

“Acreditamos que o Brasil fornecerá regras de mercado abertas, justas e não discriminatórias para empresas de todos os países, incluindo a China, e continuará a criar um bom ambiente de negócios para a cooperação econômica e comercial China-Brasil”, concluiu o porta-voz da Embaixada da China.