A pedido do Fórum Nacional dos Governadores, que pressiona o Ministério da Saúde por um cronograma de vacinação, além de outras providências no combate ao coronavírus, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello se reuniu hoje com os chefes do executivo estadual.

Na reunião virtual, organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias, coordenador do tema “Vacinas” no Fórum Nacional de Governadores, os governadores também pediram providências do Ministério em relação ao auxílio do Governo Federal na compra de medicamentos e equipamentos, e na ampliação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Para o governador da Bahia, Rui Costa, “a crise é crescente e, a cada semana que passa, o Ministério empurra o cronograma para o recebimento das vacinas. Outros vão comprando e o Brasil vai ficando para o final da fila”.

“E só a vacinação é capaz de debelar a crise”. “A expectativa nossa é que haja celeridade do Ministério e do governo na aquisição dessas vacinas”, afirmou o governador.

De acordo com o Ministério está prevista a entrega de 230,7 milhões de doses de vacinas até 31 de julho, no entanto essa previsão depende da aprovação das vacinas Sputnik V, desenvolvida pelo instituto Gamaleya, da Rússia, e da indiana Covaxin, que ainda não foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o Ministério, as próximas entregas acontecerão ainda este mês, sendo 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca, importadas da Índia; 9,3 milhões de doses da Sinovac/Butantan, produzidas no Brasil. E em março, são aguardadas 18 milhões de doses do Instituto Butantan e outras 16,9 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca.

“Não basta um calendário, é preciso, urgente, ampliar a quantidade de doses de vacina”, disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.

Para o governador do Maranhão, Flávio Dino, a apresentação de um calendário nacional para recebimento de vacinas, na presença dos presidentes do Butantan e da FIOCRUZ, é um “passo importante”.

A reunião aconteceu no momento em que a situação da pandemia é gravíssima e a vacinação, que começou tardiamente, já está sendo paralisada em várias capitais por falta de vacinas. Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA) já interromperam suas campanhas de vacinação por falta de imunizantes, assim como Cuiabá. Em Natal e Curitiba, as prefeituras já anunciaram que também vão interromper a vacinação nos próximos dias.

Diante da gravidade da situação, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) está exigindo a saída de Pazuello do comando da pasta.