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Reunida nesta quarta-feira (9), a Comissão Nacional de Organização (CNO) do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) debateu as condições, diante do contexto atual, para assegurar a mobilização partidária para as eleições que se aproximam.

Após a abertura da reunião, feita pelo secretário de Organização, Fábio Tokarski, os dirigentes relataram as ações recentes das áreas que compõem a CNO e o acompanhamento do partido em nível nacional, local e a situação do processo eleitoral.

A CNO é composta por 29 membros, integrantes das secretarias de Formação, Organização, Planejamento, Finanças e Comunicação e do Departamento Nacional de Quadros, tendo como frentes de atuação as áreas de juventude, mulheres, movimentos sociais e sindical.

A atuação da Comissão tem como foco os princípios da estruturação partidária, cuja meta é fortalecer a ação sinérgica e integrada de todos os seus membros e as respectivas direções nos estados.

Quadros e Formação

Carlos Diógenes “Patinhas”, coordenador do Departamento Nacional de Quadros, colocou que “a campanha não pode estar limitada às candidaturas” e precisa “envolver um grande número de filiados, o que passa tanto pelos filiados antigos quanto pela renovação das filiações”.

Ele argumentou ainda que a composição dos comitês municipais nas capitais “deve ter um percentual elevado de organizadores de bases partidárias, pensando em 2021 (Congresso do PCdoB) e 2022 (Centenário do PCdoB e eleições). Este é o momento de olhar para a estruturação das bases”.

Harlen Cunha, do Departamento Nacional de Quadros, avalia que “o partido vivenciou, na primeira década do século 21, um período de renovação de práticas”. Também constatou que a pandemia “acelerou uma série de tendência já existentes, nos colocando a necessidade de atualização e renovação”.

Neste sentido, Altair Freitas, da Secretaria Nacional de Formação, destacou: “Tivemos o envolvimento de cerca de mil camaradas participando do Curso de Iniciação ao Marxismo-Leninismo. Também é positiva a presença da formação no canal do YouTube, além do relançamento da Princípios. Pretendemos fazer o nível II do curso também usando as tecnologias digitais porque essas ferramentas auxiliam na ampliação do nosso alcance”.

Finanças e Planejamento

José Américo Morelli, o Meco, da Secretaria de Finanças, responsável por apoiar o processo de regularização dos comitês municipais e estaduais, argumentou que o crescimento da extrema-direita impõe a “necessidade de ampliar nossas fileiras, melhorar nossos argumentos e construir denúncias concretas, desmistificando o auxílio emergencial que está sendo capitalizado por Bolsonaro”.

Integrante da Secretaria Nacional de Finanças, Oswaldo Napoleão, apontou que os desafios da pasta “estão para além da distribuição do fundo eleitoral”, colocando a necessidade de manter no período eleitoral a contribuição em um bom patamar.

A Secretaria Nacional de Planejamento e coordenadora do PCdoB Digital, Neide Freitas, afirmou que “o funcionamento regular do pleno da CNO é fundamental para a nossa estruturação, criando uma sintonia fina para os desafios que se colocam”.

Ela destacou que “a eleição de 2020 acontecerá dentro de uma forte crise econômica”, mas que “nos grandes centros urbanos, a disputa encontrará uma extrema-direita ainda forte. Nosso objetivo é sair de 2020 como força política para 2022 na disputa de narrativa e de poder político”. Neste sentido, pontuou que a questão dos dados é essencial. “Temos um sistema digital que pode ter papel fundamental na organização de informações”.

Organização

Miguel Manso, vice-presidente do PCdoB-SP, apontou que “a atividade de organizar a eleição e a disputa pela luta política de massa provoca uma perda da capacidade de coesão das direções. Daí ser necessário o esforço de organização”. Para ele, “a eleição de 2020 terá um altíssimo índice de dificuldades exigindo um igual esforço de concentração de esforços e recursos”.

André Bezerra, da Organização de São Paulo, por sua vez, destacou que “o fortalecimento da CNO é fundamental para a estruturação do partido, pois coloca para os comitês estaduais a necessidade de pensar mais e melhor a estruturação partidária”. Ele também enfatizou que “não se pode admitir comitê municipal sem vida partidária. É preciso vida efetiva do partido no município para viabilizar a ampliação de filiados e um projeto eleitoral consistente”.

Teresinha Braga, da Organização do Ceará, colocou que o atual contexto político “acirra as questões ideológicas. Isso exige um grande esforço para fortalecer o nosso partido”.
Neste mesmo sentido, Rafael Sallet, da Organização do Paraná, avaliou que “o momento é de grande efervescência política, momento ímpar para a organização do Partido. Mesmo em época de campanha, quando vários dirigentes são candidatos e candidatas, participar do esforço de organização é fundamental”.

Erico Jacó, da Organização do Rio Grande do Sul, destacou as perspectivas promissoras na disputa eleitoral de 2020.

Eliz Brandão, editora do PCdoB.org.br, lembrou que o período de pandemia “provocou um aumento das atividades da comunicação. Neste sentido, a Comissão Nacional de Organização jogou um papel destacado de acompanhamento dos estados e municípios, virtualmente, com importante contribuição e participação intensa na estruturação partidária”.  Relatou também as entregas que a Comunicação tem feito para o período eleitoral. Além do Manual Eleitoral, a página eleitoral com uma cobertura das eleições, das pré-candidaturas e agora com as informações sobre as convenções. Foram realizadas lives de entrevistas apresentando nas redes oficiais do PCdoB todos os pré-candidatos e pré-candidatas do PCdoB nas capitais e demais cidades, além do atendimento cotidiano dos dirigentes estaduais e municipais no sentido de integrar a comunicação e obter êxito das campanhas municipais.

Mulheres, Jovens e Movimentos sociais

Vanessa Grazziotin, secretária nacional da Mulher do PCdoB, enfatizou que “a Organização é fundamental para fazer crescer o Partido. A Secretaria da Mulher tem seguido esses passos, criando uma comissão de acompanhamento de mulheres nas chapas eleitorais. Dialogamos com os estados, no sentido do fortalecimento de candidaturas femininas”.

De acordo com Vanessa, “é preciso garantir a presença efetiva de mulheres, não por ser obrigatório, mas por ser uma política do partido há vários anos. Exemplo disso é que temos uma bancada de mulheres significativa e atuante”.

André Tokarski, secretário nacional de Juventude, destacou que “do ponto de vista da juventude, o trabalho hoje se estrutura a partir da organização da UJS e da JPL, incentivando a candidaturas de jovens egressos das duas entidades”.

Edson França, secretário-adjunto de Movimentos Sociais, explicou que “a forma de integrar o núcleo nacional de direção nos estados tem colocado o projeto do partido no centro das preocupações coletivas. Percebe-se também as dificuldades reais dos estados e a diversidade e desigualdades regionais que incidem sobre o partido”. Para Edson, é preciso “pautar o Brasil mais profundo para discutir uma linha programática para o partido no próximo Congresso”.

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Por Priscila Lobregatte

Colaborou: Organização Nacional