Em queda, Índice de Condição de Trabalho reflete deterioração
O Índice da Condição do Trabalho (ICT), indicador que busca mapear as condições do mercado de trabalho no país, caiu entre o segundo e o terceiro trimestre, de 0,48 para 0,36, refletindo deterioração para os trabalhadores. Divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o índice varia entre 0 e 1, e, quanto mais baixo, pior o cenário.
Segundo o Dieese, “embora tenha havido alguma retomada da atividade econômica no Brasil no terceiro trimestre deste ano, a quantidade de ocupados diminuiu e o número de pessoas procurando trabalho aumentou”, o que explicaria a piora no índice.
Durante os meses em que o isolamento social foi mais forte, muitas pessoas desistiram de procurar trabalho. Com a flexibilização das restrições, a busca por emprego intensificou-se no terceiro trimestre, o que contribuiu para aumentar de 12,8 milhões para 14,1 milhões o número de desocupados, segundo a entidade. Ou seja, o número de pessoas sem ocupação cresceu 1,3 milhão.
Houve ainda uma piora no rendimento. O ICT pode ser decomposto em três dimensões: inserção ocupacional, desocupação e rendimento. Entre o segundo e o terceiro trimestre do ano, houve piora em todas elas. A inserção ocupacional caiu de 0,76 para 0,61. A desocupação, de 0,12 para 0,03. Por fim, o item rendimento recuou de 0,57 para 0,44 no período.
Já na comparação com o terceiro trimestre de 2019, o ICT aumentou, passando de 0,31 para 0,36. Houve, no período, melhora nos indicadores de inserção Ocupacional (de 0,25 para 0,61) e de rendimento (de 0,35 para 0,44) e piora no de desocupação (de 0,33 para 0,03).