Após acumular uma série de crises e controvérsias, Boris Johnson anunciou, nesta quinta-feira (7) sua renúncia do cargo de primeiro-ministro do Reino Unido. Ele indicou um novo gabinete para governar e permanecerá no cargo até que um novo líder do Partido Conservador seja escolhido nos próximos meses.

Johnson se elegeu na onda de ascensão de governantes de extrema-direita que chegaram ao poder em vários países nos últimos anos, embalado pelo Brexit, a separação dos britânicos da União Europeia. Também embarcou na onda negacionista relativa à Covid-19 e resistiu a decretar lockdown, até que mais tarde, vencido pela realidade, acabou sendo o primeiro líder mundial a entregar imunizantes à população.

Em maio deste ano, foi divulgado relatório do governo mostrando que durante o lockdown e nos piores momentos da pandemia no país, foram realizadas festas com ao menos 83 membros e funcionários, na sede do governo, algumas das quais, oito, com o primeiro-ministro, violando regras sanitárias e o bom-senso. O caso ficou conhecido como “partygate”.

Mais recentemente, outro escândalo pesou sobre seu governo: as denúncias de assédio sexual envolvendo o deputado conservador Christopher Pincher, vice-chefe do cargo, assunto sobre o qual o primeiro-ministro teve posição dúbia, com idas e vindas nas suas posições.

Diante das sucessivas crises, nas últimas semanas seu governo sofreu uma debandada. Rishi Sunak e Sajid Javid, secretários de Finanças e Saúde renunciaram, seguidos de Bim Alofami, um dos vice-presidentes do Partido Conservador e quatro parlamentares que deixaram postos menores no governo.

 

Por Priscila Lobregatte