O pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, (PSB-RJ) durante o ato com líderes políticos e sociais.

Na última sexta-feira (6), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) do Rio de Janeiro realizou um ato para consolidar o apoio oficial dos comunistas fluminenses à pré-candidatura de Marcelo Freixo (PSB-RJ) ao Governo do estado.

O evento, que foi realizado no Salão Pão de Açúcar do Edifício Argentina, recebeu dirigentes do Partido, aliados, e diversas lideranças sindicais e dos movimentos sociais e populares.

Representantes dos seis Partidos que estão se articulando em torno da pré-candidatura de Marcelo Freixo estiveram presentes no ato. Compuseram a mesa, José Augusto Venda, representando o Partido Verde (PV); Marcelo Sereno, da direção estadual do Partido dos Trabalhadores (PT); Vitor Guimarães, da direção executiva do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL); Carlos Painel, representando a REDE; Alessandro Molon, presidente do PSB-RJ; o presidente da ALERJ, André Ceciliano; o presidente do PCdoB-RJ, João Batista Lemos; e as deputadas comunistas, Jandira Feghali e Enfermeira Rejane.

Também participaram do ato lideranças como Paulo Farias, presidente da CTB-RJ; Vânia Bretas, presidenta estadual da UBM; Antônio Carlos e Edson Santana, representando a UNEGRO; Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro; Raimunda Leone, vice-presidenta da FitMetal; Dani Balbi, presidenta estadual da Fundação Maurício Grabois; e Leonardo Giordano, vereador do PCdoB em Niterói.

O deputado federal e presidente estadual do PSB, Alessandro Molon, fez questão de agradecer aos comunistas do Rio de Janeiro pelo apoio à pré-candidatura de Marcelo Freixo:

“Agradeço ao PCdoB por esse gesto de apoio ao nosso pré-candidato ao Governo do estado, Marcelo Freixo. Estamos nos aproximando das eleições mais decisivas de nossas vidas. O desafio no campo nacional é salvar a democracia e salvar o Brasil. Mas não é importante apenas ganhar a eleição nacional, é também fundamental para nós do Rio de Janeiro vencer as eleições estaduais”, disse Alessandro Molon.

André Ceciliano (PT) salientou a necessidade de aprofundar as discussões sobre o estado do Rio de Janeiro. O presidente da ALERJ também ressaltou o compromisso com a pré-candidatura de Marcelo Freixo, afirmando que:

“Com muita transparência, muita franqueza e muito pé no chão estaremos juntos. E vamos caminhar. Marcelo Freixo pode continuar contando conosco”.

A deputada federal e vice-presidenta nacional do PCdoB, Jandira Feghali, disse que é preciso ter muita coragem para governar o Rio de Janeiro e que Marcelo Freixo é o melhor nome para enfrentar esse desafio. De acordo com a parlamentar comunista:

“Não podemos deixar um bolsonarista ganhar a eleição no Rio de Janeiro. Não podemos deixar isso acontecer pois sabemos que o palanque do Marcelo também é o palanque do Lula. Nosso estado precisa ser um estado democrático, com uma outra política de segurança, com outro planejamento de geração de emprego e renda, outra política de saúde, outra política educacional, de direitos humanos, e ambiental. Queremos contribuir com o programa político de Marcelo Freixo, queremos contribuir para que um outro projeto político no estado do Rio de Janeiro aconteça”.

A deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) fez questão de destacar a trajetória de Marcelo Freixo, ressaltando que:

“Marcelo Freixo, com toda sua história, com toda sua luta, com seu discurso, você representa para nós uma possibilidade concreta de tirar este estado da degradação em que se encontra. Você representa essa nossa esperança aqui no estado do Rio de Janeiro, a esperança de um estado democrático, de um estado que possa trazer um pouco mais de felicidade para esse povo tão sofrido”.

O presidente estadual do PCdoB, João Batista Lemos, reforçou que a derrota de Bolsonaro e Cláudio Castro em outubro representa a única alternativa para o povo fluminense e brasileiro:

“Estamos muito felizes nesse momento de unidade. Vamos desenvolver a luta para derrotar o bolsonarismo aqui em nosso estado e no Brasil. Essa é a única saída para conquistar melhores dias para o nosso povo”, afirmou o líder comunista.

João Batista Lemos também destacou diversos pontos da resolução aprovada na noite desta quinta-feira (5) pelo Comitê Estadual do PCdoB, que apresenta à pré-candidatura de Marcelo Freixo 15 diretrizes consideradas fundamentais pelos comunistas do Rio de Janeiro.

Em seguida, o pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, iniciou seu discurso enaltecendo a história do Partido Comunista do Brasil:

“É muito representativo o que estamos fazendo hoje. Quero agradecer demais ao PCdoB, nós lutamos muito para ter esse nível de unidade que temos aqui. E é muito simbólico que isso aconteça em uma reunião organizada pelo PCdoB para declarar seu apoio. Estamos falando de um Partido que tem 100 anos, um Partido que, em todos os regimes autoritários, foi cassado, perseguido, e violentado, mas que não conseguiram derrotar. Todas as forças autoritárias e reacionárias tentaram destruir, ao longo de toda nossa República, o PCdoB; nenhum ditador conseguiu. E hoje estamos aqui dizendo que temos uma unidade para derrotar um novo ditador”, salientou o deputado federal.

Marcelo Freixo também fez questão de destacar a unidade inédita do campo progressista no Rio de Janeiro, afirmando que:

“É a primeira vez na história do Rio de Janeiro que temos essa unidade em torno de um programa popular. Temos a possibilidade de governar esse estado e de criar uma outra governança. E eles estão preocupados porque nós conseguimos com muita maturidade fazer essa unidade. A gente tem um lado e vamos derrotar Cláudio Castro porque ele representa Bolsonaro no Rio de Janeiro”.

O pré-candidato do PSB ao Governo ainda salientou que o Rio de Janeiro precisa ser um estado para todos e todas. De acordo com Marcelo Freixo:

“A baixada é o centro do Rio. Precisamos entender que a solução vem da periferia. O Rio não pode ser um maravilhoso cenário para uma cidade, o Rio tem que ser uma cidade maravilhosa para todo mundo. A baixada é o centro, São Gonçalo é o centro, a zona oeste é o centro, a periferia é o centro”.

Leia a resolução aprovada pelo Comitê Estadual do PCdoB-RJ:

Com Freixo e Lula floresce a esperança do nosso povo!

Restaurar a democracia, retomar o desenvolvimento, gerar empregos, superar a fome e garantir vida digna ao povo fluminense!

As eleições de outubro representam um momento decisivo: o Brasil e o Rio de Janeiro escolherão entre retomar e ampliar a democracia e apostar no desenvolvimento e no progresso social ou permanecer no atraso que os atuais governos representam para os empregos, a dignidade, a esperança e a vida do povo. Momento de união de forças para barrar o processo de destruição das bases econômicas e sociais do Rio de Janeiro, que há décadas vem atingindo o estado e a vida do povo fluminense.

O estado do Rio de Janeiro é um dos entes federativos mais atingidos pela desindustrialização que o país vem sofrendo com a crise estrutural das últimas quatro décadas, seriamente agravada pelo desgoverno de Bolsonaro e Cláudio Castro e suas políticas neoliberais de privatizações e enfraquecimento econômico do Estado. O objetivo central do PCdoB é derrotar o projeto Bolsonaro/Cláudio Castro e defender a democracia, a vida e os direitos do povo.

É preciso tirar o Rio de Janeiro da crise e abrir um novo ciclo de prosperidade, integrado a um novo projeto nacional desenvolvimentista. O caminho para trilharmos este objetivo é a constituição de uma ampla frente, que envolva forças democráticas, populares e patrióticas, num movimento que seja capaz de florescer a esperança do povo fluminense. O tempo é de reconstrução do Estado democratizando-o e modernizando-o, com base no Estado de direito democrático e na participação popular.

A situação de fome, carestia, desemprego, doenças, violência, falta de moradias e de transportes eficientes é crítica, o que exige um plano emergencial para lidar com esse quadro, além de desenvolver programas mais estruturantes, que devem ter início imediato para produzir efeitos de médio e longo prazo.

A reconstrução econômica, social e política do estado do Rio de Janeiro passa por eleger um governo e uma forte representação na ALERJ, Câmara Federal e Senado comprometidos com um programa de recuperação do Estado. Ao mesmo tempo, é necessário mobilização política das massas populares através da formação de Comitês Populares de Luta e Esperança, territorializados, para dar sustentação social à implementação dos programas.

Aqui no Rio de Janeiro, após toda a desestruturação do Estado, em um contexto de aparelhamento explícito e descrédito absoluto na política, um projeto que promova transformações estruturais deve mobilizar o conjunto da sociedade, o que exige uma liderança com compromisso com o povo, coragem, capacidade agregadora, inteligência, ousadia política e uma trajetória que simbolize esperança em dias melhores.

Marcelo Freixo conhece de perto as forças a serem combatidas para que o estado possa prosperar, mobiliza um movimento de renovação política, reúne diferentes setores e já tem o apoio manifesto do presidente Lula. Pré-candidato pelo PSB para disputar o cargo de governador, já conta com PT e PV na chapa, que compõem, junto com o PCdoB, a Federação Brasil da Esperança; além da adesão da REDE e a indicação de apoio do PSOL.

É neste contexto que o PCdoB-RJ anuncia com entusiasmo democrático e disposição mobilizadora seu apoio a Marcelo Freixo para concorrer ao governo do estado do Rio de Janeiro. Com Lula e Freixo, continuaremos o esforço de unificar ao máximo amplo campo político e apoios diversos na sociedade fluminense para o Brasil e o Rio de Janeiro saírem enfim vitoriosos dessas eleições.

Com vistas a contribuir com ideias ao programa de governo, o PCdoB apresenta um conjunto de propostas emanadas do documento Diretrizes para uma Plataforma Emergencial de Reconstrução Nacional.

O eixo estruturante é o de promoção do desenvolvimento com protagonismo do Estado, em parceria com o governo federal. Este eixo tem como alavancas o investimento público; reverter a privatização de empresas estratégicas como a Eletrobrás; a Petrobrás tem que ser Pública e Brasileira; a valorização do trabalho, emprego e renda; a reindustrialização com base em tecnologia avançada; a prioridade ao mercado interno e a superação das desigualdades regionais.

Essas transformações são decisivas para o fortalecimento do Estado e a implementação das políticas públicas essenciais em educação, saúde, segurança, política urbana, mobilidade, cultura, direitos humanos e em uma política ambiental que coíba a exploração predatória da natureza e impulsione o desenvolvimento sustentável.

As diretrizes principais nesse caminho são:

  1. Plano Emergencial – Medidas urgentes de combate à fome devem compor um plano emergencial para os 100 primeiros dias do novo governo: programa de cestas básicas, amplo programa de restaurantes populares; programa de Cozinha Cidadã; instituir um Programa de Renda Mínima e Ação Contra a Carestia e pela segurança alimentar; estabelecer políticas emergenciais de transferência de renda, tendo como instrumento principal os salários, com valorização do trabalho decente; implantar programa estadual de frentes de trabalho em serviços de infraestrutura e retomada das obras paralisadas, gerando uma boa massa de salários e efeitos de encadeamento sobre a economia.
  2. Recuperação econômica – Adoção de uma política de recuperação econômica do estado com base em: a) reindustrialização, com autonomia e soberania tecnológica; b) fortalecimento do mercado interno, através da geração de empregos e recuperação dos salários, priorizando atividades produtivas com maior valor agregado, que implicam maior complexidade tecnológica e alto nível de educação e salários elevados; c) rever regime de recuperação fiscal, retirando o estado do endividamento e das condições que limitam seu desenvolvimento e expansão – é fundamental que nas negociações do Plano de Recuperação Fiscal com o governo federal se coloque como prioridade a necessidade de se ampliar as receitas do estado. É determinante participar do esforço para extinção do teto de gastos. O Estado deve cumprir o papel central de indução e de planificação na retomada do desenvolvimento: buscar financiamento junto ao BNDES e parcerias público-privadas para desenvolver infraestrutura e logística, além de cadeias industriais no âmbito estadual, incluindo o setor naval.
  3. Emprego e renda – Resgatar o papel do trabalho e do emprego no centro do processo desenvolvimentista, atendendo às novas realidades determinadas pelas relações concretas de produção. Regular as condições de trabalho assegurando direitos, sobretudo no que diz respeito às relações precárias ou terceirizadas de trabalho. Adotar uma política de recuperação e de aumento real crescente do Piso Salarial Estadual (há 3 anos congelado); garantia de salário igual para trabalho igual (com a aprovação do PL nº 130/2011); estímulo à redução da jornada de trabalho sem perda de salários e direitos; promover iniciativas para recompor o sistema tripartite de negociações, resgatando e fortalecendo os sindicatos; promover e proteger os direitos dos/das trabalhadores/as de plataformas de transporte e de aplicativos.
  4. Petróleo & Gás – O setor do petróleo e gás representa a maior riqueza do Rio de Janeiro. Em parceria com o governo federal, reverter a política atual da Petrobrás e defender seu patrimônio, que inclui a camada do pré-sal. Freixo deve liderar o movimento por uma Petrobrás pública e brasileira, visando recompor seu o papel estratégico de indução do desenvolvimento econômico, com fortalecimento das empresas de capital nacional e de impulsionamento do progresso social no Rio de Janeiro, garantindo recursos para investimentos em educação, saúde e desenvolvimento científico-tecnológico. O nosso estado é detentor de 85% das reservas provadas de petróleo e de 62% das de gás e possui uma economia altamente especializada nos segmentos desse sistema produtivo. No entanto, as oportunidades ainda são pouco aproveitadas. Do total de contratos da Petrobrás com fornecedores e prestadores de serviços, apenas 19% do valor gasto se direciona a empresas presentes no Rio de Janeiro, enquanto 70% vai para fora do Brasil. Já no âmbito da produção de gás, mais de 50% do gás produzido no estado é reinjetado nos poços ou queimado por insuficiência de infraestrutura de transporte, via gasodutos – o que constitui sério desafio a ser enfrentado. A Petrobrás voltar a ser do povo é determinante na recuperação dos demais setores da indústria, como a petroquímica, a construção civil, a indústria naval e da própria retomada do COMPERJ-Itaboraí. Tudo isso é fundamental na geração de milhares de empregos qualificados diretos e indiretos.
  5. Fortalecer o SUS e o complexo econômico-industrial da saúde e inovação – Fortalecer o SUS público, gratuito e universal. Priorizar a implantação de um polo industrial e fortalecimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde e Inovação (CEISI) para, além de gerar empregos, fortalecer o SUS e superar a dependência externa dos insumos e equipamentos médico-hospitalares, com destaque para a aplicação da Lei Estadual nº 9244/21, que estabelece preferência para a aquisição de produtos, insumos e fármacos produzidos por empresas no Rio de Janeiro. No estado estão sediados o Inca, o Into, o INI e a Fiocruz, além de ser o segundo com o maior número de empresas farmacêuticas e farmoquímicas do país. Se esse setor for estimulado e bem articulado com as instituições públicas, podemos ter no Rio de Janeiro o maior complexo industrial de saúde da América Latina. É preciso integrar políticas de promoção da saúde, assistência, recuperação, ciência, inovação, tecnologia e bem-estar social. Para tanto, o caminho passa por garantir os serviços de vigilância em saúde; viabilizar as redes de urgência e emergência, observada a permanente epidemiologia urbana e das doenças prevalentes; coordenar as instâncias metropolitanas e articular os municípios para o fluxo fundamental da atenção básica, atenção materno-infantil, atenção integral à saúde da mulher, da criança e do idoso; garantir redes de atenção psicológica e social aos adictos em álcool e outras drogas, com equipes multiprofissionais e acolhimento humanizado. Essa garantia depende, além do desenvolvimento do complexo-industrial em saúde, também da estruturação de redes de especialidades e retaguarda hospitalar e da valorização dos profissionais da saúde (em termos de formação, de remuneração e de condições de trabalho).
  6. Reindustrialização, Ciência, Tecnologia e Inovação – Elevar a taxa de investimentos públicos e privados, reduzindo o custo do crédito, para o desenvolvimento em Ciência, Tecnologia & Inovação, a fim de avançar com uma industrialização moderna com base na 4ª Revolução Industrial. Bem como, elevar os investimentos federais em C&T e Inovação, com maior participação das agências de fomento (CNPq e FINEP) como fonte indutora em setores estratégicos como: Biotecnologia, Construção e Produção Naval, Polímeros, Produção Siderúrgica, Produção de Fármacos e Tecnologia da Informação. Criar mecanismos que visem à garantia da transferência dos 2% da arrecadação líquida estadual a que a FAPERJ tem direito constitucional, bem como a reativação e manutenção dos principais programas de fomento à pesquisa que se distribuem entre as diversas estruturas de incentivo, produção e promoção de ciência e desenvolvimento tecnológico, tais como UERJ e UENF. Protagonismo da FAPERJ para promover o Desenvolvimento Científico e Tecnológico no Estado do Rio de Janeiro, como uma grande agência fomentadora da ciência fluminense, central no desenvolvimento socioeconômico no Estado. Reforçar a luta nacional em defesa de 2% do PIB para C,T&I. Todo esse esforço contribui com o desafio de reverter a desnacionalização do parque produtivo e modernizá-lo.
  7. Educação – Educação pública, gratuita, de qualidade e laica, em tempo integral, da creche à pós-graduação, com o fortalecimento da UERJ e da UENF como instituições de Ensino e Pesquisa voltadas para o Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, integradas com a implementação da Política de Educação Profissional e Tecnológica Pública da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e toda a Rede Estadual de Ensino Médio, com uma grade curricular baseada no ensino politécnico. Recuperar a rede FAETEC, reestruturar as escolas de ensino médio, integrando com cultura e esporte, na perspectiva da formação cidadã e impedir evasão escolar. Valorização dos profissionais da educação. Programas voltados para a qualificação de professores e professoras de Ensino Médio com a participação da rede estadual de IES e IFES. Valorização do Consórcio CEDERJ na integração entre as IES estaduais e federais.
  8. Segurança Pública – Uma política efetiva de segurança pública passa pela valorização da carreira, capacitação, inteligência e tecnologia. As polícias civil e militar precisam atuar de forma integrada e com controle, incluindo protocolos claros de ação e responsabilização. As operações policiais devem ter alto padrão de disciplina operacional tática, pois o povo fluminense não suporta mais conviver com o extermínio da população negra e periférica como política de Estado. Ainda que o uso de veículos blindados seja necessário em operações, é preciso o fim do famigerado caveirão enquanto símbolo de uma cultura que deve ser superada. O uso de blindados, helicópteros e equipamentos voltados para o confronto bélico deve ser utilizado com responsabilidade, fiscalização e prestação de contas à sociedade. Nesse sentido, é importante que a segurança pública do Rio de Janeiro passe a respeitar a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, a fim de evitar as tragédias operacionais em favelas. É urgente o anúncio de medidas concretas e objetivas de desmantelamento das milícias e facções do tráfico, como a regulação e fiscalização dos mercados informais. Valorizar o Instituto de Segurança Pública é essencial para garantir dados e estudos que orientem uma política consistente. É fundamental, ainda, desenvolver políticas que ofereçam aos jovens que vivem nessas regiões alternativas de vida e futuro ligadas às artes, aos esportes e a profissões reconhecidas.
  9. Desenvolvimento sustentável – Anúncio de medidas concretas para finalmente dar início a um amplo programa de despoluição das águas da baía da Guanabara. Garantir o fortalecimento dos órgãos de gestão e defesa ambiental do Estado; fortalecer o Instituto Estadual do Ambiente (INEA); anúncio de medidas para promover políticas de acesso universal ao saneamento básico com cronograma claro e metas factíveis. Nesse sentido, deve-se estudar a revisão da privatização da CEDAE e a despoluição de outras bacias hidrográficas que atendem ao abastecimento de água dos municípios do estado. Além disso, o governo do estado deve investir em infraestrutura para atração de novas usinas de energia renovável, com maior ênfase na eólica offshore.
  10. Cultura O Rio de Janeiro é local privilegiado de produção cultural. A cultura é um direito básico da cidadania, mas também indutora de desenvolvimento econômico e social, através da ocupação cultural dos espaços públicos, contribuindo de forma transversal com as políticas de segurança pública, mobilidade, economia solidária e direitos humanos. As cadeias produtivas relacionadas ao fazer cultural promovem a geração de empregos, renda e estimulam a economia da cultura em suas múltiplas dimensões, que vão desde o artesanato até a indústria cultural. É necessário construir um projeto de desenvolvimento local que compreenda as políticas culturais como vetor estruturante, potencializando o tripé básico do Sistema Estadual de Cultura: Conselho, Plano e Fundo de Cultura, promovendo repasse de recursos fundo a fundo para os municípios; preservar o patrimônio e memória, integrar com educação, direito aos territórios, e articular com as demais áreas do conhecimento e de gestão, no sentido de garantir a transversalidade. A potência cultural do estado deve ser ainda mais potencializada a partir de editais públicos de Pontos de Cultura distribuídos por todas as regiões. Estimular cadeia produtiva do cinema/audiovisual, música, carnaval, festas populares e eventos culturais ao ar livre e serviços turísticos como vocações estratégicas do estado do Rio de Janeiro em uma concepção contemporânea e sustentável de desenvolvimento econômico.
  11. Agricultura – O Rio de Janeiro deve encontrar na agricultura uma das formas de dinamizar suas diferentes regiões, gerando crescimento econômico. O abastecimento alimentar pode ser cada vez mais realizado a partir da produção estadual. Nos últimos anos, os mercados institucionais para agricultura familiar – estimulados por programas federais como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – revelaram o papel da agricultura do estado para, além do abastecimento alimentar urbano, geração de empregos e renda no interior do estado. Programas estaduais de apoio a agricultores familiares e à agricultura orgânica de bases agroecológicas poderão ser instrumentos para desenvolvimento econômico e sustentável nas diferentes regiões do estado. Uma política de agricultura e alimentação que não privilegie somente o consumo deve contar com órgãos como CEASA e EMATER-Rio, além das unidades da EMBRAPA presentes no estado.
  12. Desenvolvimento da Economia do Mar – A economia do Rio de Janeiro possui grande potencial para as atividades relacionadas com o oceano, pois conta com mais de mil quilômetros de extensão de costa. Parte do PIB fluminense já está ligado ao mar: exploração de Óleo e Gás, portos, estaleiros e setor de Turismo. Porém outras atividades importantes estão desarticuladas: pesca e aquicultura e a indústria naval, por exemplo. É necessário um esforço articulado para ampliar o investimento na economia do mar fluminense, cujo potencial de geração de emprego e renda é muito elevado.
  13. Equidade de gênero e étnico-racial – Impulsionar fortemente as políticas sociais universais, combinadas com políticas de ações afirmativas que enfrentem as múltiplas formas de discriminação racial e promovam a integração e mobilidade social de todos os que são discriminados e subalternizados. Assegurar os direitos dos povos indígenas, a liberdade religiosa, o combate à discriminação racial, de gênero e a LGBTQIA+fobia. É tarefa urgente estimular o protagonismo das mulheres em todas as áreas da vida social, buscando a equidade de gênero e étnico-racial em nosso estado e promover mais mulheres na política e nos espaços de poder de decisão. É fundamental criar a Secretaria Estadual de Políticas para as mulheres, como vetor de impulsionamento das políticas públicas de gênero; reforçar o orçamento visando concretizar esse objetivo; recuperar os equipamentos e ampliar a rede de suporte no combate à violência de gênero.
  14. Transporte Público – A classe trabalhadora sofre com o transporte público precário. Defendemos um amplo programa de construção de linhas de metrô, incluindo a transformação dos trens da Supervia em metrô de superfície, nivelando-os com os padrões de conforto, qualidade, segurança, acessibilidade e frequência, articulando os 12 municípios atendidos pela Supervia.
  15. Reforma urbana, moradias populares – O Rio de Janeiro é a segunda maior cidade do País. O déficit de moradia, que já era alarmante, cresceu nos últimos anos, agravado pela pandemia. Promover o desenvolvimento urbano, com destaque para um plano habitacional de moradias populares, além de taxar os imóveis desocupados e garantir a função social da propriedade com a desapropriação.

É preciso construir caminhos para superarmos a grave crise que o estado do Rio de Janeiro atravessa. Estas são contribuições iniciais que o PCdoB apresenta ao pré-candidato Marcelo Freixo. Estamos convencidos de que com amplitude política e forte mobilização popular elegeremos Marcelo Freixo governador e Lula presidente.

Alcançada esta vitória histórica, apoiada em amplas forças políticas e sociais, vamos restaurar a democracia, retomar o desenvolvimento e garantir vida digna para a nossa gente, fazendo assim florescer a esperança no povo fluminense.

Rio de Janeiro, 06 de maio de 2022

Comitê Estadual do PCdoB-RJ
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