Eleições na Bolívia: “O MAS se mantém ativo”
Oscar Laborde definiu como “sério” a prisão do deputado Federico Fagioli, que foi detido ilegalmente pelo governo de fato.
Entrevista com Oscar Laborde, presidente do Parlasul
Oscar Laborde, presidente do Parlasul e dirigente do Observatório da Democracia, do Parlasul, conversou com o jornal “PáginaI12″ 24 horas antes da eleição presidencial boliviana. Ele considerou que a grande nota do dia será a ratificação eleitoral do MAS, e definiu como “grave” o que aconteceu com o deputado Federico Fagioli, detido ilegalmente pelo governo boliviano.
“Há muita expectativa para amanhã”, disse Laborde, em La Paz. “O grande dado político desta eleição é que o MAS se mantém ativo”, frisou. Ele avaliou que ninguém duvida da força eleitoral de Evo Morales, que apoia a candidatura de Luis Arce que, tudo indica, será a primeira opção nas preferências.
“É uma forte, porque já se passou um ano desde as eleições anteriores e o golpe de estado e o MAS sofreu a derrubada do presidente e o exílio forçado de Morales e de muitos dirigentes, mas o MAS não sofreu divisões”, disse. A estimativa é que o Arce vença neste domingo (18), seguido do ex-presidente Carlos Mesa, que talvez fique em segundo lugar. A questão é se a diferença permitirá que Arce seja eleito no primeiro turno ou se haverá um segundo turno, que reunirá o voto anti-MAS, prejudicando suas chances.
Laborde destacou que “temos interesse em respeitar o resultado” e que “para isso é importante aguardar a contagem final” disse, minimizando o Direpre (Divulgação de Resultados Preliminares), e a tecnologia implantada pelo governo boliviano para a contagem rápida. “Não podemos ter certeza até que todos os votos sejam apurados, não devemos ser guiados pelo Direpre”, disse.
Por fim, detalhou a prisão do deputado Fagioli, membro da equipe de observadores eleitorais: “Ele entrou em Cochabamba sem problemas e o prenderam, usando uma van sem identificação, e o levaram sequestrado e também espancaram um funcionário da embaixada, estamos falando de um evento sério”. Fagioli foi solto na madrugada e foi para a embaixada argentina em La Paz.