Eleições do 2º turno na Geórgia definem maioria no Senado dos EUA
Sob enorme expectativa, eleitores do Estado da Geórgia completam nesta terça-feira (5) o segundo turno para o Senado, com duas cadeiras em disputa, o que decidirá o controle político daquela casa legislativa no governo Biden.
Os democratas Jon Ossof e Raphael Warnock, de acordo com as pesquisas, têm uma pequena vantagem, dentro da margem de erro, sobre os incumbentes republicanos, David Perdue e Kelly Loeffler, de, respectivamente, 1,4 pontos percentuais e 2,0 pontos percentuais.
O resultado da apuração poderá levar dias, a exemplo da eleição presidencial. Na véspera, Trump e Biden participaram de comícios em apoio aos seus candidatos ao senado.
Biden conclamou o voto nos candidatos democratas para garantir a vitória no Senado e o aumento do cheque emergencial para US$ 2000, que foi brecado pelos senadores republicanos, depois de aprovado na Câmara.
Trump, por sua vez, recém-flagrado tentando assaltar a vitória de Biden na Casa Branca em telefonema que vazou, insistiu em se dizer vítima da ‘fraude eleitoral’.
A votação por antecipação – que favorece os democratas – alcançou quase 40%, mais de 3 milhões.
De acordo com o monitor eleitoral US Track Project, mais votos foram depositados antecipadamente nas áreas e pelos grupos que tendem a favorecer os democratas, como o eleitorado jovem e negro, do que na eleição presidencial.
Para manter o controle do Senado – ainda que precariamente, os republicanos teriam que eleger pelo menos um de seus dois candidatos, porque o partido já tem 50 cadeiras garantidas na casa. Os democratas Ossoff e Warnock, por sua vez, precisam vencer as duas disputas para empatar a contagem.
Se isso acontecer, qualquer votação com 50 a 50 no placar será decidida no voto de desempate, que caberá à vice-presidente eleita Kamala Harris, pois, pela legislação norte-americana, ela é a presidenta do Senado. Os democratas já controlam a Câmara dos Deputados.
Um segundo turno em eleição norte-americana é uma ocorrência rara, ainda mais com duas cadeiras em disputa. Normalmente, seria apenas a cadeira de Perdue que estaria em jogo, por ter sido eleitor em 2014 e cumprido os seis anos de mandato.
A cadeira de Loeffler está em jogo por se tratar de um mandato-tampão, após a aposentadoria, por motivos de saúde, em 2019, do senador republicano Johnny Isakson, eleito em 2016. Loeffler havia sido apontada pelo governador do Estado, Brian Kemp, para ocupar o cargo ao longo de 2020, até à eleição regulamentar de 2020. A votação desta terça-feira decidirá quem completará o mandato de Isakson, que acaba em 2022.
O segundo turno foi convocado, conforme a lei estadual, porque nenhum dos candidatos teve votação acima de 50% na primeira votação, em 3 de novembro. O que se explica pela participação de mais candidatos, um independente, na disputa Perdue-Ossoff, e mais um democrata e um republicano, na de Loeffler-Warnock.
Ao contrário de estados como a Flórida, cuja legislação permitia computar com antecedência os votos por antecipação [pelo correio], os apuradores da Geórgia só poderão começar a contar votos após o encerramento das urnas às 19 horas (horário local). É por isso que, conforme o portal The Hill, “pode levar dias até que sejam declarados os vencedores”. Na eleição presidencial, houve a contagem regulamentar e mais duas recontagens.
Nesta quarta-feira (6), o Congresso se reunirá para bater o martelo sobre a vitória de Biden, apesar de todo o esperneio já anunciado por Trump. O fato ensejará nova e infrutífera encenação de parlamentares tentando atrapalhar a festa da vitória democrata e a convocação a Washington de uma marcha de apoiadores delirantes, negacionistas e antivacina, advogados de porta de cadeia, kkkmen e racistas em geral, mais viciados em armas de grosso calibre, apologistas do muro e outros tipos da fauna trumpista.