Eleição peruana: Castillo amplia vantagem sobre Keiko Fujimori
O professor e sindicalista Pedro Castillo ampliou para 20% a vantagem sobre a neoliberal Keiko Fujimori no segundo turno das eleições presidenciais no Peru, revelou a pesquisa publicada domingo (25) pelo jornal La República.
O levantamento do Instituto de Estudos Peruanos apontou 41,5% para o candidato das forças progressistas, contra 21,5% da filha do ditador Alberto Fujimori (1990-2000), que personifica a tragédia de horror, perseguições, assassinatos e entrega do patrimônio público ao estrangeiro. Contando somente os votos válidos, a vantagem do professor é ainda mais contundente: 66% contra 34% de Keiko.
A candidata só consegue uma estreita margem de vantagem em Lima (31,4% a 29,3% de Castillo, dentro do empate técnico), enquanto representante do Peru Livre mostra uma larga preferência no âmbito rural de 56,7% a 12,9% da rival.
No primeiro turno, ocorrido em 11 de abril, Castillo obteve 18,92% dos votos, contra 13,40% dos votos de Keiko, numa disputa que contou com a participação recorde de 18 candidatos.
Nos comícios e intervenções, o candidato progressista tem defendido o papel das empresas nacionais na geração de emprego e renda e a necessidade de “resgatar o país para todos os bolivianos”. Castillo “voltou a propor uma segunda reforma agrária e a conformar alianças com o povo”. Condenando a precariedade e a desigualdade, disse que é hora de “derrotar o terrorismo da miséria e da injustiça que mantém uma população tão pobre em um país tão rico”.
Somando apoios
O Movimento Novo Peru, da psicóloga e antropóloga Verónika Mendoza, somou-se esta semana à luta pela vitória de Castillo e expressou o desejo de que os 7,86% dos votos da candidata contribuam para banir o retrocesso. O triunfo de Castillo, destacou o movimento “expressa uma vontade de mudança e de fechar caminho à opção autoritária e corrupta representada pelo fujimorismo”.
“Consideramos indispensável contribuir para o triunfo eleitoral da opção de mudança votando por Pedro Castillo e convocando para este fim pela mais ampla unidade do nosso povo”, enfatizou a Comissão Política do Movimento Novo Peru (NP) em um comunicado.
No documento, o movimento reiterou o seu compromisso com a luta contra a corrupção e pela defesa dos direitos e da igualdade geral, por uma nova economia que inclua a taxação das grandes fortunas, a soberania sobre as riquezas nacionais, assim como a convocação de um referendo para uma Assembleia Constituinte.