Debate com Pedro Castillo e Keiko, filha e seguidora do ex-ditador Fujimori

O candidato do partido Peru Livre e líder do magistério, Pedro Castillo, lidera as preferências com 42% das intenções de voto no segundo turno das eleições presidenciais do próximo 6 de junho, aponta a pesquisa Ipsos publicada domingo (18) na América TV. A filha e seguidora do ditador Alberto Fujimori, Keiko, vem atrás com 31%, enquanto 27% votariam em branco.

Considerados os perfis socioeconômicos, Pedro Castillo é vencedor entre as classes mais pobres, D e E – amplamente majoritárias – e derrotado entre as classes A, B e C.

A pesquisa confirmou a enorme rejeição à filha de Fujimori: 55% afirmam que “definitivamente não votariam nela”; 20% que “definitivamente votariam”; 15% poderiam votar; 5% provavelmente não votariam; 2% não a conhecem e 3% não sabem.

A situação de Castillo é mais favorável: 33% afirmam que “definitivamente” não dariam seu voto, 34% que “definitivamente votariam nele”; 18% poderiam votar nele; 8% provavelmente não votariam nele; 4% não o conhecem e 3% não sabem.

De acordo com o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE), com 100% das urnas apuradas, Castillo chegou em primeiro lugar com 19.099% dos votos válidos contra 13.368% de Keiko.

A popularidade de Castillo disparou nas últimas semanas e recebeu, entre outros, o importante apoio da antropóloga e psicóloga Verónika Mendoza, que chegou em sexto lugar, somando 7,86% dos votos.

“Desde o Novo Peru assumimos o desafio de construir uma saída democrática e popular à crise, dialogando com as forças da mudança, incluindo a que representa Pedro Castillo, e em torno as urgências do país”, assinalou Verónika Mendoza. Do outro lado, destacou, está a representante da “ditadura fujimorista, que perseguiu, criminalizou e esterilizou mulheres camponesas”

O comunicado divulgado pelo Novo Peru, de Verónika, defende que o desafio agora é convocar as forças que respaldaram a candidata do partido no primeiro turno para compor uma ampla frente contra a “ameaça conservadora, autoritária e corrupta representada pelo fujimorismo e suas variantes”.

A saída da crise, ressalta Verónika, deve focar nas seguintes prioridades: resposta às emergências sanitárias da Covid-19, combate firme à corrupção, reativação da economia com uma reforma tributária progressiva e taxação aos multimilionários, uma segunda reforma agrária e recuperação da soberania. Como último ponto, o movimento considera fundamental a “convocatória de um referendo para uma Assembleia Constituinte popular, paritária e plurinacional” para redigir uma nova Constituição”.