O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato a presidente da Câmara Federal, declarou que vai acolher pautas propostas pela oposição ao governo Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira (28), ao participar de reunião virtual com representantes de PT, PSB, PDT e PCdoB, Baleia se comprometeu com os pontos programáticos que líderes dessas legendas lhe apresentaram. Com isso, o parlamentar praticamente selou o acordo para receber o apoio da esquerda.

Entre outros pontos, o deputado emedebista declarou que vai assegurar todos os regramentos constitucionais que asseguram o espaço da oposição na Câmara; a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), caso a oposição consiga o número mínimo de assinaturas para requerê-las formalmente; e a análise de decretos legislativos. Antes mesmo do encontro, ele já havia decidido seguir o critério da proporcionalidade em cargos da Mesa Diretora.

O deputado emedebista é apoiado pelo grupo do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em 18 de dezembro, os mesmos quatro partidos que se reuniram hoje com Baleia anunciaram a adesão à candidatura apoiada por Maia na disputa pela presidência da Casa. A eleição acontecerá em fevereiro.

Pelo PCdoB, participaram da reunião a presidenta nacional, Luciana Santos, e a líder do partido na Câmara, Perpétua Almeida (AC). Além de líderes e presidentes de partidos de esquerda, estavam presentes na reunião com Baleia Rossi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia; o líder da Maioria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB); e o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE). Segundo o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), Baleia disse concordar com todas as propostas da oposição. Uma carta será divulgada pelos partidos de oposição, e a expectativa é a de que nesta terça-feira (29) o apoio da esquerda a ele seja oficializado.

A ideia é que a oposição tenha condições de manter a Câmara independente para barrar qualquer eventual movimento autoritário do governo Bolsonaro. “Tudo sinaliza para oficializar o apoio dos partidos de esquerda nesta terça-feira. A reunião foi de convergência”, declarou Molon ao Blog do Camarotti (G1).

Não foram incluídos na pauta do encontro, no entanto, posicionamentos de temas econômicos, como a agenda de privatizações. A avaliação de deputados de partidos da esquerda é que esse tema não vai avançar no Legislativo por resistência do próprio presidente Jair Bolsonaro.

Com informações do G1
(PL)