Hanadi, um dos edifícios destruídos por mísseis israelenses

Egito anuncia que foi acordado um cessar-fogo anunciado pelo governo israelense e pela direção do Hamas. O cessar-fogo acontece depois de 11 dias do mais destrutivo dos bombardeios à Faixa de Gaza, em termos de intensidade, apesar do espaço de tempo ter sido mais curto do que os ataques israelenses a Faixa de Gaza (o anterior, em 2014, durou quase dois meses).

O acordo prevê o cessar-fogo às 2:00 desta sexta-feira hora local, às 20:00 hora de Brasília.

A informação dos órgãos de saúde é de 232 palestinos mortos sob as centenas de bombas e mísseis lançados por caças e tanques israelenses enquanto que 12 israelenses morreram devido aos foguetes lançados desde a Faixa de Gaza sobre cidades israelenses.

A destruição que foi infligida aos palestinos foi “horrível”, como avaliou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres que se disse “profundamente chocado pelo continuo bombardeio aéreo e de artilharia por Israel”.

Na destruição israelense, foram postos abaixo quatro edifícios, sendo um deles com a sede da agência de notícias Associated Press. Segundo os palestinos, foram atingidas 16.800 unidades residenciais. 1.800 são consideradas agora inabitáveis e 1.000 foram inteiramente destruídas.

Instalações elétricas, fábricas e clínicas foram danificadas pelos bombardeios. Guterres também instou Israel a deixar chegar a Gaza todo a quantidade de suprimento humanitário que seja enviado pois a situação é muito grave inclusive com escassez de água potável.

Pressão mundial

O cessar-fogo veio depois de intensa pressão internacional sobre Israel, incluindo a ONU, França, Rússia e China. A Casa Branca não permitiu uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigindo o cessar-fogo, mas nas mais recentes conversas telefônicas com Netanyahu, Biden pediu o cessar-fogo imediato já na quarta-feira.

Manifestações em todo o mundo demonstraram solidariedade aos palestinos, a maior delas foi em Londres, que reuniu mais de 100 mil pessoas. Nos Estados Unidos houve atos de solidariedade em dezenas de cidades, o maior deles em Nova Iorque.

O Egito que mediou o acordo informa que está despachando delegações para a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Israel para acompanhar o cessar-fogo.

No entanto, há uma discrepância entre as declarações do Hamas e de Netanyahu. Enquanto que um dos dirigentes do Hamas, Osama Hamdan, declarou à rede Al Mayadeen que recebeu “garantias de que a agressão israelense na mesquita Al Aqsa e no bairro de Sheikh Jarrah [onde famílias palestinas estão ameaçadas de expulsão] vai parar”, Netanyahu declara que o cessar fogo é “sem nenhuma pré-condição”.